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Soja no Brasil chega próximo às máximas registradas em 2024

Tendência de safra cheia 24/25, efeito Trump e guerra comercial vão pressionar as cotações na colheita, deixando boas oportunidades no atual momento

Redação RuralNews
Publicado em 05/12/2024 | 19:13:00 893 Views
Os preços da soja no mercado interno estão estão próximos das máximas registradas em 2024. Fatores como o câmbio mais favorecido nos últimos dias, que encorajou mais vendas do Brasil, o bom desenvolvimento da safra brasileira e o receio de que o governo Trump inicie novas guerras comerciais estão influenciando os preços no Brasil.

Isso abre boas oportunidades de comercialização ao produtor brasileiro, especialmente para aquele que está mais atrasado com as vendas da temporada 2024/25. Para o assessor de investimentos Marcelo Gavlik, da Getreide Investimentos, para quem tem soja velha,nessa janela de agora pra 30 dias, talvez até um pouco mais pelo atraso do plantio da soja, podemos ver os preços fazendo máximas e depois caindo, porque o normal é queda com a colheita começando.

"Então para aproveitar esse bom momento, o ideal seria fazer vendas parceladas, talvez dividir em 4 partes e ir vendendo uma por semana", aconselha Marcelo. Já para soja nova, mantendo-se os preços, dá para travar, pois a tendência é de queda. "E quem aposta que o dólar ainda piora, pode até esperar mais uma alta, mas é muito arriscado", afirma,pois temos um cenário de uma safra normal, cheia. Até esses dias os prêmios estavam positivos, mas já começaram a ceder, ressalta.

Segundo Marcelo, para essa soja nova,a tendência natural é de queda. "Dependendo muito do que o mercado interno está pagando, mas tem que cuidar com a paridade de exportação", salienta.O assessor de investimentos afirma que os preços da soja estão andando lateralizados na região dos U$ 9,60 a U$ 10,20/bushel. "O que mantém os preços é o temor do que o Governo Trump vai fazer com os produtos americanos. Uma hora ele sinaliza corte ao biodiesel, focando mais no petróleo", salienta.
Soja B3
Data
Mês
Data anterior
Data dia
Variação
25-12-2024
jan, 25
21,45
21,37
0,00%
24-12-2024
jan, 25
21,45
21,37
0,00%
23-12-2024
jan, 25
21,45
21,37
-0,37%
22-12-2024
jan, 25
21,23
21,45
0,00%
21-12-2024
jan, 25
21,23
21,45
0,00%
20-12-2024
jan, 25
21,23
21,45
1,03%
19-12-2024
jan, 25
20,95
21,23
1,33%

Mas segundo ele, temos que analisar que a China importa muito óleo de cozinha reciclado para os EUA e, se acontecer uma guerra comercial, os americanos não poderão comprar esse óleo. "Assim, vai ter então mais demanda do óleo de soja. A Índia está comprando mais óleo de soja, porque o óleo de palma está caro, com taxação dos países produtores", afirma.
Nesta quinta-feira (05/12) o dólar caiu forte e abriu espaço para soja subir

Nesta quinta-feira (05/12) o dólar caiu forte e abriu espaço para soja subir. Marcelo explica que quando o dólar dispara no Brasil, o aumento das vendas dá uma pressionada nas cotações lá fora. "Estamos nessa gangorra do dólar agora. Mas isso é de momento, microvariações, pois a longo prazo essa correlação é baixa. Se pegar numa janela grande, vamos ver que a tendência é que o real sempre desvalorize frente ao dólar", alerta.

Nos últimos dias os prêmios nos portos do Brasil cairam, apesar de ainda se manterem positivos, frente a uma expectativa de safra cheia. Segundo Marcelo, a expectativa já foi melhor, pois há rumores de problemas climáticos ainda em partes do RS, MT e no Centro Oeste. Mas ainda assim, a safra vai ser cheia, mas não será recorde pelo que tudo indica.
Segundo o assessor de investimentos Marcelo Gavlik, para quem tem soja velha, daqui a 30 dias vamos ver as máximas do ano
Segundo o assessor de investimentos Marcelo Gavlik, para quem tem soja velha, daqui a 30 dias vamos ver as máximas do ano

"Chicago se mantém estável, nem subindo nem caindo, e o prêmio no Brasil, que estava 35, até 50 acima, está agora no 0x0, com até alguns negócios no negativo. Aquela idéia de vende soja em reais para a safra e compra seguro de alta em Chicago. Soja em Rondônia estava R$ 126. Dai o agricultor foi lá, vendeu e comprou um seguro de alta na bolsa. Se ele vendeu em dólar, essa alta do dólar já pagou o seguro dele", afirma.

A curto prazo, segundo o assessor de investimentos da Getreide, a tendência é continuar esse cenário. "Se for para cair o prêmio, tende a cair mais. Se Trump travar tudo nos EUA e Chicago derreter, talvez o prêmio não tem força para subir o suficiente. A China, como sempre, está esperta e de olho. E temos que lembrar que a gente tem um corredor estreito aqui na colheita", finaliza.

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