Commodities iniciam semana com quedas significativas na Bolsa da Chicago
O óleo de soja encerrou com queda de -3,31%, em meio ao recuo de mais de 5% no petróleo, enquanto o contrato futuro da soja teve um fechamento negativo, caindo 11 cents por bushel

Óleo de soja despencou e levou junto as outras commodities em Chicago

Os preços dos óleos vegetais caem forte ao redor do globo nesta segunda-feira (28/10). Na Bolsa de Chicago (CBOT), o óleo de soja encerrou com queda de -3,31%, em meio ao recuo de mais de 5% no petróleo. A forte derrocada do petróleo também influenciou nas demais commodities ao longo do dia, visto que esta é utilizada em praticamente todos os fatores na cadeia produtiva, sendo considerada a principal commodity.
A queda no petróleo se deve a ofensiva lançada por Israel contra o Irã, o ataque era uma retaliação esperada pelo mercado nas últimas semanas, mas os alvos surpreenderam! O ataque teve foco em alvos militares do Irã e atingiu pontos estratégicos da defesa iraniana e de suprimentos, como locais onde eram armazenados combustíveis para os misseis iranianos.
O temor antes do ataque é que a retaliação israelita pudesse acertar postos petrolíferos e unidades nucleares, com um ataque bem-sucedido que evitou tais locais, o temor de interrupções energéticas foi reduzido.
Além disso, parece pouco provável uma nova retaliação por parte do Irã, o que acaba tranquilizando as bolsas ao redor do mundo e gerando esse movimento negativo nas bolsas. Parece contra senso, mas lembrem-se que os mercados estão sempre a frente, tentando precificar os riscos futuros e quando o que foi projetado não acontece, os prêmios de risco que foram acrescidos, são retirados.
Além dessas questões geopolíticas a colheita nos EUA segue firme e rápida, aumentando os estoques de soja e milho, que com maior disponibilidade, acabam adicionando pressão baixista extra aos preços.
E por fim, outro aspecto fundamentalista que vem ganhando notoriedade é a aproximação das eleições Norte Americanas, caso o Trump se eleja, novas taxações em cima da China podem surgir e como efeito os preços da soja podem sofrer caso haja exista uma contrapartida que reduza as intenções de compra de soja americana pelos chineses.
À luz de todos esses fatos, o contrato futuro da soja teve um fechamento negativo, caindo 11 cents por bushel, resultando em uma variação negativa de -1,15%. Pela análise técnica, caso o preço perca a região de suporte em U$9,80/bushel, poderemos ver preços menores para o grão americano, com objetivo gráfico nas mínimas do ano a U$9,60 e posteriormente a U$9.
Quanto ao farelo de soja, a queda foi menos intensa, registrando perdas de -0,33%, porém este segue como a ponta mais fraca do complexo e o mais próximo atualmente das mínimas do ano.
O milho teve queda de -1,08% e encerrou cotado a U$4,10/bushel e o futuro de trigo caiu -1,80%, encerrando a U$5,58. Para o trigo, além dos pontos citados acima, temos o retorno das chuvas aliviam as preocupações com as lavouras de trigo na Rússia e nos EUA.
No Brasil, o milho na B3 reflete a queda vista em Chicago e após sete pregões consecutivos de alta, o contrato novembro encerrou com uma singela queda de -0,34%.
Na semana passada, o contrato renovou máximas ao subir 4,77%, sustentado pela expectativa positiva com a demanda interna e externa. A demanda segue aquecida e produtores optam por segurar seu produto.
Principais Variações:
ÁSIA/PACÍFICO: JAPÃO: +2,01%EUROPA: ESPANHA: +0,87%EUA: SP 500: +0,28% / NASDAQ: +0,27%BRASIL: IBOVESPA: 1,02%.
