Bovinocultura
06-06-2022 | 11:28:00
Por: Redação RuralNews
Goiás contribui para evolução genética do gir leiteiro na Índia
Experts indianos virão conhecer o maior banco genético da América Latina em Bela Vista de Goiás
Por: Redação RuralNews
Os entendimentos iniciais foram estabelecidos no encontro de embaixadores no criatório. Na ocasião, o embaixador da Índia no Brasil, Suresh Reddy , levantou essa possibilidade, que será estudada com mais detalhes por Amarildo Pires e seu estafe. Uma comitiva deverá conhecer a Estância Tamburil e o seu banco genético das raças gir e girolando, considerado o maior da América Latina.
As negociações para o Brasil exportar embriões bovinos in vitro para a Índia já tiveram o ponta -pé inicial no âmbito de Brasília, a capital federal. Inclusive, o Ministério da Agricultura recebeu comunicado oficial viabilizando os embarques. O Departamento Animal, ligado ao Ministério da Agricultura e Pecuária indiano, aprovou o Certificado Zoossanitário Internacional (CZI), elaborado pelo Departamento de Saúde Animal do Mapa. Os embriões, a exemplo do sêmen, são armazenados em paletas ou ampolas, contendo em cada unidade embriões de uma única origem (fêmea), conservados normalmente em nitrogênio líquido. A exportação é feita por via aérea.
REVERSÃO
A Índia é o país onde surgiu o gado zebu, mas o melhoramento genético realizado no gado zebuíno brasileiro trouxe resultados em ganhos de produtividade, o que o tornou atraente a produtores indianos. A produção in vitro de embriões (PIVE) é uma ferramenta utilizada para aumentar a produtividade, por possibilitar a multiplicação rápida e o aumento do número de descendentes oriundos de animais melhoradores de plantéis. Inicialmente, essa técnica era aplicada no Brasil apenas para fins de pesquisa, mas, na última década, passou a ser utilizada em larga escala para a multiplicação comercial, tornando o país o maior produtor mundial e de referência no uso de PIVE em bovinos.
O zebu, que leva nome científico Bos taurus indicus, é originário da Índia, onde o grande rebanho não tem utilização para abate, o gado foi objeto de diversos cruzamentos em dezenas de países, devido a sua natural predisposição para a adaptação e resistência. Contabilizando as raças puras de zebu, como Sindi, Nelore, Gir, Kangayam e Guzerá e as raças neozebuínas, como Indubrasil, Tabapuã e Brahman, o zebu constitui, hoje, mais de 80% dos animais criados no Brasil – sendo um dos maiores rebanhos bovinos do mundo. Sua principal virtude econômica é a resistência ao clima quente, produzindo animais mestiços adequados para a produção de carne e leite. Seu habitat, então, está dentro da faixa intertropical.
A subespécie foi introduzida no Brasil no século XIX. A Associação Brasileira dos Criadores de Zebu é a entidade que controla o Registro Genealógico e as Provas Zootécnicas entre os criadores, sendo, ainda, responsável pela realização, em Uberaba, a Capital Mundial do Zebu, da Expozebu. Este evento, considerado uma das maiores feiras agropecuárias do mundo, acontece entre 1 e 10 de maio, e movimenta mais de 150 milhões de reais, reunindo normalmente mais de 40 países.
Texto e fotos Wandell Seixas