VBP do agro paranaense deve superar R$ 200 bilhões em 2025
Safra recorde de grãos e crescimento da pecuária impulsionam o valor da produção agropecuária no Paraná
Por: Redação RuralNews
De acordo com a economista do Deral, Larissa Nahirny, o VBP representa o faturamento total gerado pela produção agropecuária estadual. Em outras palavras, o indicador soma o valor das lavouras, da pecuária e das demais cadeias do campo. Por isso, ele é fundamental para dimensionar o impacto econômico do agro, além de orientar políticas públicas, planejamento e investimentos. Segundo ela, a confirmação oficial de um VBP acima de R$ 200 bilhões deve ocorrer no próximo semestre, com a consolidação dos dados.
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Em primeiro lugar, o avanço do VBP em 2025 é puxado pelo salto da produção agrícola. Conforme as projeções do Deral, a safra recorde de grãos, confirmada no fim de novembro, tem papel central nesse resultado. A soja e o milho da segunda safra se destacam, com recuperação significativa de volume e preços relativamente estáveis.
Nesse contexto, apenas essas duas culturas devem adicionar cerca de R$ 10 bilhões ao VBP estadual. Com isso, o valor gerado pela agricultura paranaense ultrapassa R$ 81 bilhões, reforçando a importância do segmento para a economia do Estado.
Ao mesmo tempo, a pecuária paranaense segue apresentando desempenho favorável. A soma do valor gerado por frangos, bovinos, suínos, leite e ovos alcança aproximadamente R$ 66 bilhões. Esse resultado representa um crescimento superior a 10% em relação ao ano anterior.
Além disso, a abertura de novos mercados internacionais fortalece esse avanço. Um exemplo recente é o ingresso da carne suína paranaense no mercado chileno, o que amplia as oportunidades para o setor e contribui para a sustentação dos preços.
Dentro desse cenário, a piscicultura, especialmente a produção de tilápia, continua ganhando relevância. Embora ainda represente uma fatia menor em comparação às grandes cadeias de proteína animal, a atividade cresce acima da média.
Em 2024, o VBP da piscicultura alcançou R$ 2,29 bilhões, com alta de 10,4%. A tilápia responde por mais de 80% desse valor. Nos últimos 14 anos, o VBP da espécie cresceu, em média, 24% ao ano, superando o ritmo observado em bovinos, suínos e frangos.
No caso dos suínos, novembro de 2025 marcou a primeira venda expressiva de carne paranaense ao Chile, com 346,2 toneladas exportadas. Esse avanço foi possível após o reconhecimento do Estado como área livre de febre aftosa sem vacinação. Para 2026, a expectativa é de consolidação do país entre os principais destinos da carne suína do Paraná.
Já na bovinocultura, a menor oferta no mercado interno, causada pelo aumento das exportações, sustentou preços elevados. A arroba permaneceu próxima de R$ 322,50, enquanto os cortes no atacado paranaense registraram altas relevantes em novembro. As festas de fim de ano tendem a manter esse movimento.
Por sua vez, a avicultura segue como um dos pilares do agro estadual. O Paraná manteve a liderança nacional, respondendo por 34% dos abates e quase 35% da produção brasileira de carne de frango em 2025.
A produção de ovos também avançou no país, com crescimento de 6,9%. O Paraná manteve a oitava posição no ranking nacional, mas segue líder absoluto na produção de ovos para incubação, com mais de 31% do total brasileiro.
Quanto à soja, o plantio foi concluído em 5,77 milhões de hectares. Embora a maioria das lavouras esteja em boas condições, houve leve piora devido ao clima menos favorável em novembro. Ainda assim, a expectativa é de boa colheita, desde que as condições climáticas se mantenham estáveis.
Por outro lado, o feijão inspira maior cautela. A colheita iniciou com produtividade abaixo do esperado, e os preços ao produtor recuaram. Como resultado, o VBP da cultura caiu para R$ 2,2 bilhões em 2025. Para o consumidor, porém, os preços mais baixos ajudam a conter a inflação dos alimentos.
Em síntese, o conjunto dos dados revela um ano de recomposição e expansão do agro paranaense. Após perdas recentes, o setor retoma força e projeta bases positivas para 2026. Ainda que algumas culturas exijam atenção, especialmente em função do clima, o cenário geral permanece favorável para o campo no Estado.
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Texto publicado originalmente em Capa
Safra recorde impulsiona a agricultura
Produção de grãos e proteínas animais sustenta avanço do VBP no Paraná. Foto: Jaelson Lucas / Arquivo AEN
Em primeiro lugar, o avanço do VBP em 2025 é puxado pelo salto da produção agrícola. Conforme as projeções do Deral, a safra recorde de grãos, confirmada no fim de novembro, tem papel central nesse resultado. A soja e o milho da segunda safra se destacam, com recuperação significativa de volume e preços relativamente estáveis.
Nesse contexto, apenas essas duas culturas devem adicionar cerca de R$ 10 bilhões ao VBP estadual. Com isso, o valor gerado pela agricultura paranaense ultrapassa R$ 81 bilhões, reforçando a importância do segmento para a economia do Estado.
Pecuária mantém ritmo de crescimento
Ao mesmo tempo, a pecuária paranaense segue apresentando desempenho favorável. A soma do valor gerado por frangos, bovinos, suínos, leite e ovos alcança aproximadamente R$ 66 bilhões. Esse resultado representa um crescimento superior a 10% em relação ao ano anterior.
Além disso, a abertura de novos mercados internacionais fortalece esse avanço. Um exemplo recente é o ingresso da carne suína paranaense no mercado chileno, o que amplia as oportunidades para o setor e contribui para a sustentação dos preços.
Tilápia ganha espaço no VBP estadual
Dentro desse cenário, a piscicultura, especialmente a produção de tilápia, continua ganhando relevância. Embora ainda represente uma fatia menor em comparação às grandes cadeias de proteína animal, a atividade cresce acima da média.
Em 2024, o VBP da piscicultura alcançou R$ 2,29 bilhões, com alta de 10,4%. A tilápia responde por mais de 80% desse valor. Nos últimos 14 anos, o VBP da espécie cresceu, em média, 24% ao ano, superando o ritmo observado em bovinos, suínos e frangos.
Proteínas animais sustentam resultados positivos
No caso dos suínos, novembro de 2025 marcou a primeira venda expressiva de carne paranaense ao Chile, com 346,2 toneladas exportadas. Esse avanço foi possível após o reconhecimento do Estado como área livre de febre aftosa sem vacinação. Para 2026, a expectativa é de consolidação do país entre os principais destinos da carne suína do Paraná.
Já na bovinocultura, a menor oferta no mercado interno, causada pelo aumento das exportações, sustentou preços elevados. A arroba permaneceu próxima de R$ 322,50, enquanto os cortes no atacado paranaense registraram altas relevantes em novembro. As festas de fim de ano tendem a manter esse movimento.
Por sua vez, a avicultura segue como um dos pilares do agro estadual. O Paraná manteve a liderança nacional, respondendo por 34% dos abates e quase 35% da produção brasileira de carne de frango em 2025.
Ovos, grãos e feijão exigem atenção
A produção de ovos também avançou no país, com crescimento de 6,9%. O Paraná manteve a oitava posição no ranking nacional, mas segue líder absoluto na produção de ovos para incubação, com mais de 31% do total brasileiro.
Quanto à soja, o plantio foi concluído em 5,77 milhões de hectares. Embora a maioria das lavouras esteja em boas condições, houve leve piora devido ao clima menos favorável em novembro. Ainda assim, a expectativa é de boa colheita, desde que as condições climáticas se mantenham estáveis.
Por outro lado, o feijão inspira maior cautela. A colheita iniciou com produtividade abaixo do esperado, e os preços ao produtor recuaram. Como resultado, o VBP da cultura caiu para R$ 2,2 bilhões em 2025. Para o consumidor, porém, os preços mais baixos ajudam a conter a inflação dos alimentos.
Perspectivas para 2026
Em síntese, o conjunto dos dados revela um ano de recomposição e expansão do agro paranaense. Após perdas recentes, o setor retoma força e projeta bases positivas para 2026. Ainda que algumas culturas exijam atenção, especialmente em função do clima, o cenário geral permanece favorável para o campo no Estado.
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Texto publicado originalmente em Capa
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