Sistema FAEP alerta para impactos da classificação da tilápia como espécie invasora

Caso a proposta avance, há risco de restrições severas ou até da proibição da atividade. Isso, consequentemente, colocaria em risco a sobrevivência de milhares de produtores e aumentaria o preço do pescado para os consumidores.

Produção e exportações em destaque

O Paraná responde por 36% da produção nacional de tilápias e por 25% da produção total de peixes do país. Além disso, o setor movimenta toda a cadeia produtiva, incluindo ração, frigoríficos, transporte e comércio, e gera mais de 2,2 mil empregos diretos e indiretos.

Além disso, o Estado é o maior exportador de tilápia do Brasil. Entre 2023 e 2024, as exportações paranaenses cresceram 94% em valor e 68% em volume. Esses números reforçam a importância do setor tanto para a economia estadual quanto para o posicionamento do Brasil no mercado internacional de pescado.

Defesa da produção sustentável

“O setor é estratégico para a economia do Paraná e do Brasil, e decisões precipitadas podem comprometer toda a cadeia produtiva e o emprego de milhares de famílias”, destacou o presidente interino do Sistema FAEP, Ágide Eduardo Meneguette.

Ele lembrou que a tilápia é uma espécie domesticada e cultivada há mais de 25 anos com autorização do Ibama, sempre em condições controladas. Além disso, “é fundamental que as políticas públicas considerem os benefícios econômicos e sociais da piscicultura, aliados a práticas sustentáveis de manejo”, afirmou.

O Sistema FAEP também alertou que os pequenos produtores seriam os mais afetados por eventuais restrições. Sem tempo hábil para se adaptar, muitos poderiam perder sua principal fonte de renda. Assim, isso poderia provocar desemprego em diversos elos da cadeia produtiva.

Portanto, a entidade defende que a classificação da tilápia como espécie invasora seja amplamente debatida, levando em conta a sustentabilidade e a relevância social da atividade.
Texto publicado originalmente em Destaque