Sementes não certificadas já ocupam 27% da área de soja no Brasil
Uso irregular de sementes piratas e salvas provoca perdas bilionárias, reduz produtividade e ameaça investimentos em inovação no setor
Por: Redação RuralNews
Esse avanço inclui tanto sementes piratas quanto sementes salvas comercializadas de forma irregular. Embora a legislação permita o uso da semente salva para consumo próprio, parte desse material acaba entrando no mercado de maneira ilegal, o que distorce a concorrência e fragiliza o sistema formal de produção.
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Além de afetar o ambiente de negócios, o uso de sementes não certificadas compromete o desempenho das lavouras. Estudos indicam que esse material resulta, em média, em queda de quatro sacas por hectare. Aplicada à área cultivada fora do sistema formal, essa redução representa 2,8 milhões de toneladas a menos de soja produzidas no país.
Como consequência, o Brasil deixa de exportar cerca de 1,9 milhão de toneladas do grão e perde aproximadamente 900 mil toneladas destinadas ao mercado interno. Esse cenário reduz a competitividade do produto brasileiro e pressiona toda a cadeia do agronegócio.
As perdas financeiras também são expressivas. O levantamento aponta que 16,4 milhões de sacas de sementes certificadas deixam de ser comercializadas, o que gera um prejuízo superior a R$ 8 bilhões para o setor de sementes. Somente em royalties genéticos, o impacto chega a R$ 590 milhões.
Esse efeito compromete investimentos em pesquisa, inovação e desenvolvimento de novas cultivares. Além disso, o setor deixa de gerar aproximadamente 4.500 empregos diretos, reduzindo a circulação de renda no meio rural e nas regiões produtoras.
Para enfrentar o problema, a ABRASS defende a modernização da legislação de cultivares. A entidade apoia o Projeto de Lei nº 1.702/2019, que prevê o recolhimento de royalties sobre a semente salva, medida que pode trazer mais segurança jurídica e equilíbrio ao mercado.
Paralelamente, a associação avança com iniciativas práticas. Um dos destaques é a Certificação de Processos ABRASS, desenvolvida em parceria com a ABNT. O projeto busca padronizar os processos produtivos dos multiplicadores associados e elevar o nível de qualidade das sementes ofertadas ao produtor.
A expectativa é que a iniciativa resulte na criação de um selo próprio, capaz de oferecer mais previsibilidade, rastreabilidade e confiança no momento da compra.
Para a ABRASS, optar por sementes certificadas vai além do cumprimento legal. Trata-se de uma decisão estratégica que impacta diretamente produtividade, sustentabilidade econômica e competitividade do país no mercado global.
Com isso, a entidade reforça que seguirá atuando de forma técnica e institucional para fortalecer o mercado formal, valorizar a inovação e assegurar a liderança da soja brasileira no cenário internacional.
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Texto publicado originalmente em Notícias
Impacto direto na produtividade e na oferta
Uso de sementes certificadas garante produtividade, segurança e sustentabilidade às lavouras de soja. Foto: Canva
Além de afetar o ambiente de negócios, o uso de sementes não certificadas compromete o desempenho das lavouras. Estudos indicam que esse material resulta, em média, em queda de quatro sacas por hectare. Aplicada à área cultivada fora do sistema formal, essa redução representa 2,8 milhões de toneladas a menos de soja produzidas no país.
Como consequência, o Brasil deixa de exportar cerca de 1,9 milhão de toneladas do grão e perde aproximadamente 900 mil toneladas destinadas ao mercado interno. Esse cenário reduz a competitividade do produto brasileiro e pressiona toda a cadeia do agronegócio.
Prejuízos econômicos se espalham pela cadeia
As perdas financeiras também são expressivas. O levantamento aponta que 16,4 milhões de sacas de sementes certificadas deixam de ser comercializadas, o que gera um prejuízo superior a R$ 8 bilhões para o setor de sementes. Somente em royalties genéticos, o impacto chega a R$ 590 milhões.
Esse efeito compromete investimentos em pesquisa, inovação e desenvolvimento de novas cultivares. Além disso, o setor deixa de gerar aproximadamente 4.500 empregos diretos, reduzindo a circulação de renda no meio rural e nas regiões produtoras.
Modernização da legislação e ações práticas
Para enfrentar o problema, a ABRASS defende a modernização da legislação de cultivares. A entidade apoia o Projeto de Lei nº 1.702/2019, que prevê o recolhimento de royalties sobre a semente salva, medida que pode trazer mais segurança jurídica e equilíbrio ao mercado.
Paralelamente, a associação avança com iniciativas práticas. Um dos destaques é a Certificação de Processos ABRASS, desenvolvida em parceria com a ABNT. O projeto busca padronizar os processos produtivos dos multiplicadores associados e elevar o nível de qualidade das sementes ofertadas ao produtor.
A expectativa é que a iniciativa resulte na criação de um selo próprio, capaz de oferecer mais previsibilidade, rastreabilidade e confiança no momento da compra.
Escolha estratégica para o produtor
Para a ABRASS, optar por sementes certificadas vai além do cumprimento legal. Trata-se de uma decisão estratégica que impacta diretamente produtividade, sustentabilidade econômica e competitividade do país no mercado global.
Com isso, a entidade reforça que seguirá atuando de forma técnica e institucional para fortalecer o mercado formal, valorizar a inovação e assegurar a liderança da soja brasileira no cenário internacional.
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Texto publicado originalmente em Notícias
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