Safra de café 2026/27 no Brasil deve avançar 13,5% e chegar a 70,7 milhões de sacas
O ciclo 2025/26 enfrentou fortes desafios climáticos, mas registrou recorde histórico na produção de robusta, com alta de quase 22%
Por: Redação RuralNews
Mesmo com a recuperação prevista, o total ainda está abaixo do potencial máximo que seria alcançado em condições climáticas ideais.
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Segundo a StoneX, os últimos anos (2021–2024) foram marcados por déficits consecutivos no balanço global de café, o que reduziu os estoques mundiais em mais de 22 milhões de sacas. Assim, a nova safra terá papel crucial na recomposição da oferta internacional, embora o cenário climático siga desafiador.
De acordo com a consultoria, o resultado final da safra dependerá do equilíbrio entre perdas regionais e ganhos em novas áreas plantadas, além da recuperação de Rondônia. Mesmo com restrições climáticas e desgaste do parque cafeeiro, o Brasil deve reforçar sua liderança mundial na produção de café.
O ciclo 2025/26 foi um dos mais complexos dos últimos anos. Segundo a StoneX, seca e calor intenso no fim de 2024prejudicaram o florescimento e o desenvolvimento inicial do arábica, cuja produção caiu 18,4%, somando 36,5 milhões de sacas.
Por outro lado, o robusta (conilon) teve recorde histórico, alcançando 25,8 milhões de sacas, alta de quase 22% frente à safra anterior. No total, o país produziu 62,3 milhões de sacas, queda de 5,4% em relação ao ciclo passado.
Embora o primeiro semestre de 2025 tenha trazido condições mais favoráveis ao crescimento vegetativo, o atraso e a irregularidade das chuvas no segundo semestre limitaram parte da recuperação, especialmente nas regiões produtoras de arábica.
No Cerrado Mineiro, a deficiência hídrica foi mais severa. Enquanto isso, a Zona da Mata e o Sul do Espírito Santo, que poderiam se beneficiar da bienalidade positiva, também enfrentaram restrições climáticas. Além disso, a heterogeneidade dos ciclos produtivos e o desgaste das lavouras mais antigas levaram ao aumento das áreas em poda e renovação.
Nas regiões de conilon, o cenário é mais estável. Espírito Santo e Sul da Bahia, após recordes históricos, passam por ajustes naturais de produção. Já Rondônia desponta com recuperação robusta e potencial produtivo elevado, apoiada por condições climáticas favoráveis e lavouras renovadas.
Norte do Espírito Santo: Após recorde em 2025/26, deve haver queda de 15,1%, totalizando 16,3 milhões de sacas. O recuo está ligado ao manejo das lavouras e ao desgaste fisiológico das plantas, somado a ventos frios e chuvas no período crítico das floradas.
Sul da Bahia: A região tende a cair 18,8%, com 2,6 milhões de sacas. O resultado reflete o esgotamento de lavouras antigas, parcialmente compensado pela entrada de áreas novas e renovadas, que sustentam parte da produção.
Rondônia: O estado deve avançar 32%, chegando a 3,3 milhões de sacas. A recuperação das lavouras, o clima favorável e a expansão das áreas cultivadas sustentam o crescimento. Contudo, a escassez de mão de obra ainda limita ganhos adicionais.
Matas de Minas: Com alta de 36,9% (8,9 milhões de sacas), a região ainda fica abaixo do potencial. A irregularidade climática, a desfolha e o declínio fisiológico de lavouras antigas pesaram no resultado, embora haja renovação estrutural e uso de materiais genéticos modernos.
Sul do Espírito Santo: Mesmo com a bienalidade positiva, enfrenta baixo vigor vegetativo e altos índices de poda. A produção deve subir 16,7%, alcançando 3,5 milhões de sacas, mas ainda distante do potencial máximo.
Estado de São Paulo: Após forte quebra em 2025/26, o estado deve recuperar 75,6%, totalizando 7,2 milhões de sacas. O avanço vem do retorno de áreas em safra zero e de novos plantios, embora o clima seco e o abortamento de floradas sigam preocupando.
Sul de Minas Gerais: Maior região produtora, deve crescer 21,1%, atingindo 17,2 milhões de sacas. Ainda assim, a irregularidade das chuvas causou pegamento desigual das floradas, o que limitou parte do desempenho.
Cerrado Mineiro: Deve alcançar 7,4 milhões de sacas, alta de 32,1%, mas ainda abaixo do potencial. A região foi afetada por seca, calor intenso e geadas pontuais, embora lavouras jovens e irrigadas tenham melhor desempenho.
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Texto publicado originalmente em Notícias
Segundo a StoneX, os últimos anos (2021–2024) foram marcados por déficits consecutivos no balanço global de café, o que reduziu os estoques mundiais em mais de 22 milhões de sacas. Assim, a nova safra terá papel crucial na recomposição da oferta internacional, embora o cenário climático siga desafiador.
Projeção da StoneX indica que o Brasil colherá 70,7 milhões de sacas de café em 2026/27. Foto: Canva
De acordo com a consultoria, o resultado final da safra dependerá do equilíbrio entre perdas regionais e ganhos em novas áreas plantadas, além da recuperação de Rondônia. Mesmo com restrições climáticas e desgaste do parque cafeeiro, o Brasil deve reforçar sua liderança mundial na produção de café.
Safra 2025/26 marcada por desafios climáticos
O ciclo 2025/26 foi um dos mais complexos dos últimos anos. Segundo a StoneX, seca e calor intenso no fim de 2024prejudicaram o florescimento e o desenvolvimento inicial do arábica, cuja produção caiu 18,4%, somando 36,5 milhões de sacas.
Por outro lado, o robusta (conilon) teve recorde histórico, alcançando 25,8 milhões de sacas, alta de quase 22% frente à safra anterior. No total, o país produziu 62,3 milhões de sacas, queda de 5,4% em relação ao ciclo passado.
Embora o primeiro semestre de 2025 tenha trazido condições mais favoráveis ao crescimento vegetativo, o atraso e a irregularidade das chuvas no segundo semestre limitaram parte da recuperação, especialmente nas regiões produtoras de arábica.
No Cerrado Mineiro, a deficiência hídrica foi mais severa. Enquanto isso, a Zona da Mata e o Sul do Espírito Santo, que poderiam se beneficiar da bienalidade positiva, também enfrentaram restrições climáticas. Além disso, a heterogeneidade dos ciclos produtivos e o desgaste das lavouras mais antigas levaram ao aumento das áreas em poda e renovação.
Nas regiões de conilon, o cenário é mais estável. Espírito Santo e Sul da Bahia, após recordes históricos, passam por ajustes naturais de produção. Já Rondônia desponta com recuperação robusta e potencial produtivo elevado, apoiada por condições climáticas favoráveis e lavouras renovadas.
Panorama regional do café robusta (conilon)
Norte do Espírito Santo: Após recorde em 2025/26, deve haver queda de 15,1%, totalizando 16,3 milhões de sacas. O recuo está ligado ao manejo das lavouras e ao desgaste fisiológico das plantas, somado a ventos frios e chuvas no período crítico das floradas.
Sul da Bahia: A região tende a cair 18,8%, com 2,6 milhões de sacas. O resultado reflete o esgotamento de lavouras antigas, parcialmente compensado pela entrada de áreas novas e renovadas, que sustentam parte da produção.
Rondônia: O estado deve avançar 32%, chegando a 3,3 milhões de sacas. A recuperação das lavouras, o clima favorável e a expansão das áreas cultivadas sustentam o crescimento. Contudo, a escassez de mão de obra ainda limita ganhos adicionais.
Panorama regional do café arábica
Matas de Minas: Com alta de 36,9% (8,9 milhões de sacas), a região ainda fica abaixo do potencial. A irregularidade climática, a desfolha e o declínio fisiológico de lavouras antigas pesaram no resultado, embora haja renovação estrutural e uso de materiais genéticos modernos.
Sul do Espírito Santo: Mesmo com a bienalidade positiva, enfrenta baixo vigor vegetativo e altos índices de poda. A produção deve subir 16,7%, alcançando 3,5 milhões de sacas, mas ainda distante do potencial máximo.
Estado de São Paulo: Após forte quebra em 2025/26, o estado deve recuperar 75,6%, totalizando 7,2 milhões de sacas. O avanço vem do retorno de áreas em safra zero e de novos plantios, embora o clima seco e o abortamento de floradas sigam preocupando.
Sul de Minas Gerais: Maior região produtora, deve crescer 21,1%, atingindo 17,2 milhões de sacas. Ainda assim, a irregularidade das chuvas causou pegamento desigual das floradas, o que limitou parte do desempenho.
Cerrado Mineiro: Deve alcançar 7,4 milhões de sacas, alta de 32,1%, mas ainda abaixo do potencial. A região foi afetada por seca, calor intenso e geadas pontuais, embora lavouras jovens e irrigadas tenham melhor desempenho.
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