Produção agrícola tem queda pelo segundo ano seguido

Soja e milho pressionam o resultado

A soja foi o produto que mais contribuiu para a retração. Em 2024, o valor da produção caiu 25,4%. Além disso, a produtividade recuou 8,1% e a produção encolheu 5%, somando 144,5 milhões de toneladas. Apesar disso, a oleaginosa segue como o principal produto agrícola, respondendo por um terço do valor total.

O milho também registrou forte queda. Foram colhidas 115 milhões de toneladas, redução de 12,9% em relação a 2023. O valor da produção caiu 13,5% e fechou em R$ 88,1 bilhões. Houve ainda queda de 4,9% na área plantada e de 8,2% no rendimento médio. Segundo o IBGE, os preços menores e os estoques elevados desestimularam o cultivo.

Cana, café e algodão tiveram crescimento

Em contrapartida, alguns produtos registraram avanços. A cana-de-açúcar, segunda colocada em valor de produção, somou R$ 105 bilhões. Embora a safra tenha caído 2,9%, a receita subiu 3%, impulsionada pelo preço do etanol.

O café também foi destaque. A produção cresceu 1,2% e alcançou 3,4 milhões de toneladas. Como consequência, o valor da produção saltou 58,1%, chegando a R$ 69,2 bilhões, puxado pelo arábica em São Paulo e Espírito Santo.

Já o algodão obteve recorde pelo segundo ano seguido. A produção cresceu 13,7% e somou 8,5 milhões de toneladas. Com isso, o valor da produção subiu 5,6%, alcançando R$ 31,3 bilhões. Mato Grosso respondeu sozinho por 73,5% da colheita nacional.

Arroz e frutas em alta

O arroz teve crescimento de 3,8% na produção, totalizando 10,7 milhões de toneladas. Além disso, o valor da produção aumentou 25,7% e chegou a R$ 22,3 bilhões. O Rio Grande do Sul liderou a colheita, responsável por 66,8% do total.

As frutas também mostraram desempenho positivo. Em 2024, geraram R$ 91,5 bilhões em valor de produção, alta de 21% frente a 2023. A laranja foi o destaque, movimentando quase R$ 28,5 bilhões, avanço de 42,4%. Banana e uva também contribuíram para o crescimento.

Estados e municípios

Entre os estados, Mato Grosso manteve a liderança, mesmo com retração de 21,3% e participação reduzida para 15,4% do total nacional. São Paulo ficou em segundo lugar, impulsionado pela laranja e pelo café, enquanto Minas Gerais ocupou a terceira posição.

No Rio Grande do Sul, o valor da produção subiu 21,1%, puxado pelo arroz e pela soja. Já o Paraná caiu da terceira para a quinta posição devido a perdas com o clima.

No ranking municipal, Sorriso (MT) manteve a liderança pelo sexto ano seguido. O município respondeu por 0,9% do valor nacional, destacando-se como maior produtor de milho e terceiro de soja. Além disso, figurou entre os principais em algodão e feijão.
Texto publicado originalmente em Notícias