Mercados abertos são prioridade, alerta Aprosoja MT

O presidente da Aprosoja MT, Lucas Costa Beber, lembra que o país é o único do G20 que ainda não iniciou conversações diretas com os EUA após a medida. Por isso, ele destaca que o governo federal precisa adotar um posicionamento mais claro e ativo.
“Independente de termos chanceler e diplomata, a maior autoridade político-diplomática de um país é o presidente da República. Ao mesmo tempo, enquanto os Estados Unidos batem à porta, enviam um recado de que o presidente precisa dialogar. Portanto, a morosidade preocupa, especialmente diante de discursos solitários sobre desdolarização”, afirmou.

Embora soja e milho não estejam diretamente afetados, a medida impacta a cadeia produtiva, pois os grãos compõem a nutrição animal usada na produção de carnes exportadas aos EUA. Além disso, produtos como café, frutas, pescado e mel também podem enfrentar dificuldades de acesso ao mercado norte-americano, o que pressiona ainda mais o setor agropecuário.

A Aprosoja MT alerta que uma retaliação brasileira agravaria os prejuízos e colocaria a economia em risco. “Falar em reciprocidade não protege a economia brasileira, apenas cria um cenário político. Sendo assim, insistir nesse caminho sem diálogo seria um grande desastre”, disse Beber.

A entidade enfatiza que conflitos geopolíticos não devem penalizar o campo e a sociedade. Por isso, neutralidade, diplomacia e mercados abertos são essenciais para preservar a economia nacional.

“Nós temos que manter a relação comercial. Se a economia interna estiver aquecida, teremos mais consumo e mais disputa internacional pelos nossos alimentos. O Brasil deve escolher diálogo e abertura”, concluiu o presidente da Aprosoja MT.
Texto publicado originalmente em Notícias