Economia 13-07-2025 | 8:22:00

Inflação de junho fecha em 0,24% com energia em alta e alimentação em queda

Com energia elétrica pressionando os preços e, por outro lado, alimentos no domicílio em queda, inflação de junho desacelera ligeiramente

Por: Redação RuralNews

“Com alta de 6,93% no primeiro semestre do ano, a energia elétrica residencial tem pesado no bolso das famílias. Ela representa, inclusive, o principal impacto positivo individual (0,27 p.p.) no resultado acumulado de 2025. Esta variação é a maior para um primeiro semestre desde 2018, quando foi de 8,02%”, destaca Fernando Gonçalves, gerente do IPCA. Ele relembra que, no início do ano, com o bônus de Itaipu, houve queda em janeiro, reversão em fevereiro e, posteriormente, bandeira verde. No mês passado, entrou em vigor a bandeira amarela e, agora, a vermelha.
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Alta da energia elétrica impulsiona inflação de junho, que fechou em 0,24%, segundo o IBGE. Foto: Helena Pontes/Agência IBGE Notícias


Além da mudança na bandeira tarifária, foram registrados reajustes em junho: 7,36% em Belo Horizonte (8,57%) vigente desde 28 de maio; 14,19% em uma das concessionárias de Porto Alegre (4,41%) a partir de 19 de junho; 1,97% em Curitiba (3,28%) desde 24 de junho e uma redução de 2,16% nas tarifas de uma das concessionárias do Rio de Janeiro (1,29%) a partir de 17 de junho.

O grupo Habitação (0,99%) também foi influenciado pela alta na taxa de água e esgoto (0,59%). No mês, esse grupo contribuiu com 0,15 p.p. para o índice geral, reforçando, assim, o peso das despesas fixas no orçamento das famílias.

Alimentação tem primeira queda em nove meses



Por outro lado, o grupo Alimentação e bebidas registrou a primeira queda (-0,18%) em nove meses, contribuindo com -0,04 p.p. na taxa geral. Essa retração foi influenciada pela alimentação no domicílio, que saiu de 0,02% em maio para -0,43% em junho. As principais quedas ocorreram no ovo de galinha (-6,58%), arroz (-3,23%) e frutas (-2,22%). Já do lado das altas, destacou-se o tomate (3,25%).

Além disso, a alimentação fora do domicílio desacelerou para 0,46% em junho, frente ao 0,58% de maio. O subitem lanche passou de 0,51% em maio para 0,58% em junho. A refeição, por sua vez, saiu de 0,64% em maio para 0,41% em junho, o que contribuiu para uma desaceleração do consumo fora de casa.

Essa queda no grupo Alimentação e bebidas refletiu-se também no índice de difusão — o percentual de subitens que tiveram resultado positivo — que caiu de 60% em maio para 54% em junho. Entre os alimentícios, esse índice caiu ainda mais: de 60% para 46%. Já entre os não alimentícios, manteve-se estável em 60%. “Foi o menor índice de difusão desde julho de 2024 (47%), quando o grupo Alimentação também apresentou uma redução em sua taxa (-1,00%)”, observa Fernando Gonçalves. “Se retirássemos os alimentos do cálculo do IPCA, a inflação do mês seria de 0,36%. E se excluíssemos a energia elétrica, cairia para 0,13%”, conclui.

Transportes voltam a subir



O grupo Transportes também teve contribuição positiva relevante no mês (0,05 p.p), aumentando 0,27% após um recuo de 0,37% em maio. Mesmo com a queda dos combustíveis (-0,42%), as variações no transporte por aplicativo (13,77%) e no conserto de automóvel (1,03%) impulsionaram a alta do grupo.

“No mês anterior, a passagem aérea estava em queda, assim como os combustíveis, o que ajudou a taxa a ficar negativa. Neste mês, a passagem aérea registrou alta de 0,80% e, além disso, o transporte por aplicativo puxou a taxa para cima, mesmo com a queda nos combustíveis”, explica o gerente.

Já no Vestuário (0,75%), que contribuiu com 0,04 p.p. em junho, destacam-se as altas na roupa masculina (1,03%), nos calçados e acessórios (0,92%) e na roupa feminina (0,44%).

As demais variações e impactos no IPCA de junho foram: Saúde e cuidados pessoais (0,07% e 0,01 p.p.); Despesas pessoais (0,23% e 0,02 p.p.); Comunicação (0,11% e 0,01 p.p.); Educação (0,00% e 0,00 p.p.); e Artigos de residência (0,08% e 0,00 p.p.).

No agregado especial de serviços, o IPCA acelerou de 0,18% em maio para 0,40% em junho. Já o agregado de preços monitorados — ou seja, aqueles controlados pelo governo — desacelerou de 0,70% para 0,60%.

Fernando explica que, no agregado dos serviços, a variação negativa em maio da passagem aérea contribuiu para a desaceleração da taxa naquele mês. Agora, por outro lado, a alta no transporte por aplicativo também puxou o índice para cima, assim como a alimentação fora do domicílio, que veio positiva e tem peso relevante no orçamento das famílias.

Maiores e menores variações regionais



Quanto aos índices regionais, a maior variação (0,64%) ocorreu em Rio Branco. Isso se deve ao aumento no subitem cinema, teatro e concertos (77,22%), motivado pelo fim da promoção de meia entrada, e pela energia elétrica residencial (3,99%).

Por outro lado, a menor variação ocorreu em Campo Grande (-0,08%), influenciada pela queda nas frutas (-5,15%) e na gasolina (-1,38%).

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Texto publicado originalmente em Notícias
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