Goiás deve receber mais de 30 novas PCHs e CGHs até 2028 com investimento superior a R$ 1 bilhão
Projeto aprovado prevê incentivos fiscais para Pequenas Centrais Hidrelétricas e Centrais Geradoras Hidrelétricas em Goiás, estimulando geração de energia limpa e desenvolvimento regional
Por: Redação RuralNews
Essa expectativa decorre de um Projeto de Lei encaminhado à Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) na última semana (04/06), que já foi aprovado em segunda e última votação. O plano estabelece incentivos fiscais para PCHs e CGHs, com benefícios que podem chegar a R$ 28,2 milhões para a instalação dessas usinas no estado entre 2025 e 2028.
VEJA TAMBÉM:
Conforme dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) obtidos pela Abrapch, em Goiás 83 pequenas usinas estão na fase de Despacho de Registro de Intenção à Outorga de Autorização (DRI) ou Declaração de Reserva de Disponibilidade Hídrica (DRS), etapas que antecedem o licenciamento ambiental junto aos órgãos competentes. Além disso, 63 processos estão em estágio de eixo disponível, indicando áreas aptas para estudos de inventário hidrelétrico.
Segundo Sevan Naves, empresário e geólogo goiano, presidente da Associação das Pequenas Centrais Hidrelétricas de Goiás (APCH) e ex-presidente do Conselho Administrativo da Abrapch, Goiás tem vantagem estratégica por ser cabeceira de três grandes bacias hidrográficas, além de contar com clima estável e condições geológicas e hidrogeológicas favoráveis.
“Atualmente, o estado aproveita apenas 85% do seu potencial hídrico para geração hidrelétrica. Para se consolidar como um grande produtor de energia limpa, barata e sustentável, é fundamental o apoio governamental”, destaca Sevan, que atua junto ao governo para apoiar investidores do setor.
Ele ressalta que a indústria de equipamentos eletromecânicos está localizada fora do estado, o que, junto com a tributação do ICMS, onera os empreendedores, que também enfrentam desafios como a demora no licenciamento ambiental e a ausência de linhas de transmissão adequadas.
O projeto, desenvolvido pela Secretaria Estadual de Economia de Goiás, prevê a adesão complementar do estado a duas leis estaduais de Mato Grosso do Sul, de 2001 e 2011, com o objetivo de permitir benefícios fiscais para estabelecimentos geradores de energia hidrelétrica. A previsão é de renúncia fiscal de R$ 9,518 milhões em 2025, R$ 14,07 milhões em 2026, e R$ 4,685 milhões em 2027.
Para a presidente da Abrapch, Alessandra Torres de Carvalho, “o Brasil, com 12% da água doce do mundo e grande expertise no setor hidrelétrico, deve avançar na expansão de usinas com e sem reservatórios, usinas reversíveis, PCHs e CGHs, fontes limpas, renováveis, estratégicas e confiáveis”.
Quanto ao impacto fiscal, o governo estadual afirma que a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025 já prevê saldo para a estimativa de renúncia, sem comprometer as metas previstas na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2025 a 2027, e que a medida está em conformidade com a Lei Complementar federal 159/2017, que institui o Regime de Recuperação Fiscal (RRF).
Além de contribuir com energia limpa e renovável, as PCHs e CGHs desempenham papel importante no aspecto socioambiental. Elas ampliam significativamente as matas ciliares nas áreas de preservação permanente, preservam nascentes, facilitam a retirada de resíduos dos rios — melhorando a qualidade da água — e geram empregos e renda, contribuindo para o desenvolvimento humano e reduzindo a emissão de carbono.
O relatório da ONU destaca que o setor oferece oportunidades de trabalho que vão desde funções técnicas até serviços menos especializados, especialmente em regiões rurais e remotas, onde o emprego é escasso, inclusive para mulheres.
No Brasil, entre 2020 e 2025, entraram em operação 425 PCHs e CGHs. Atualmente, 28 estão em construção, 56 ainda não iniciaram obras, 655 estão em fase de Despacho de Registro de Intenção à Outorga de Autorização (DRI) ou Declaração de Reserva de Disponibilidade Hídrica (DRS), e 428 processos estão em estágio de eixo disponível para estudos hidrelétricos.
TAGS:
Texto publicado originalmente em Notícias
Conforme dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) obtidos pela Abrapch, em Goiás 83 pequenas usinas estão na fase de Despacho de Registro de Intenção à Outorga de Autorização (DRI) ou Declaração de Reserva de Disponibilidade Hídrica (DRS), etapas que antecedem o licenciamento ambiental junto aos órgãos competentes. Além disso, 63 processos estão em estágio de eixo disponível, indicando áreas aptas para estudos de inventário hidrelétrico.

Foto: Assesoria / Divulgação
Segundo Sevan Naves, empresário e geólogo goiano, presidente da Associação das Pequenas Centrais Hidrelétricas de Goiás (APCH) e ex-presidente do Conselho Administrativo da Abrapch, Goiás tem vantagem estratégica por ser cabeceira de três grandes bacias hidrográficas, além de contar com clima estável e condições geológicas e hidrogeológicas favoráveis.
“Atualmente, o estado aproveita apenas 85% do seu potencial hídrico para geração hidrelétrica. Para se consolidar como um grande produtor de energia limpa, barata e sustentável, é fundamental o apoio governamental”, destaca Sevan, que atua junto ao governo para apoiar investidores do setor.
Ele ressalta que a indústria de equipamentos eletromecânicos está localizada fora do estado, o que, junto com a tributação do ICMS, onera os empreendedores, que também enfrentam desafios como a demora no licenciamento ambiental e a ausência de linhas de transmissão adequadas.
O projeto, desenvolvido pela Secretaria Estadual de Economia de Goiás, prevê a adesão complementar do estado a duas leis estaduais de Mato Grosso do Sul, de 2001 e 2011, com o objetivo de permitir benefícios fiscais para estabelecimentos geradores de energia hidrelétrica. A previsão é de renúncia fiscal de R$ 9,518 milhões em 2025, R$ 14,07 milhões em 2026, e R$ 4,685 milhões em 2027.
Para a presidente da Abrapch, Alessandra Torres de Carvalho, “o Brasil, com 12% da água doce do mundo e grande expertise no setor hidrelétrico, deve avançar na expansão de usinas com e sem reservatórios, usinas reversíveis, PCHs e CGHs, fontes limpas, renováveis, estratégicas e confiáveis”.
Quanto ao impacto fiscal, o governo estadual afirma que a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025 já prevê saldo para a estimativa de renúncia, sem comprometer as metas previstas na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2025 a 2027, e que a medida está em conformidade com a Lei Complementar federal 159/2017, que institui o Regime de Recuperação Fiscal (RRF).
Benefícios socioambientais
Além de contribuir com energia limpa e renovável, as PCHs e CGHs desempenham papel importante no aspecto socioambiental. Elas ampliam significativamente as matas ciliares nas áreas de preservação permanente, preservam nascentes, facilitam a retirada de resíduos dos rios — melhorando a qualidade da água — e geram empregos e renda, contribuindo para o desenvolvimento humano e reduzindo a emissão de carbono.
O relatório da ONU destaca que o setor oferece oportunidades de trabalho que vão desde funções técnicas até serviços menos especializados, especialmente em regiões rurais e remotas, onde o emprego é escasso, inclusive para mulheres.
Panorama nacional
No Brasil, entre 2020 e 2025, entraram em operação 425 PCHs e CGHs. Atualmente, 28 estão em construção, 56 ainda não iniciaram obras, 655 estão em fase de Despacho de Registro de Intenção à Outorga de Autorização (DRI) ou Declaração de Reserva de Disponibilidade Hídrica (DRS), e 428 processos estão em estágio de eixo disponível para estudos hidrelétricos.
TAGS:
Goiás - PCHs - CGHs
- Investimento
- Pequenas Centrais Hidrelétricas - Centrais Geradoras Hidrelétricas em Goiás - Governo do Estado de Goiás
Texto publicado originalmente em Notícias
Leia também: