Frio intenso exige atenção redobrada de produtores de café e cana

Na cana-de-açúcar, temperaturas próximas a 0 °C provocam queima de folhas, morte de gemas, interrupção do crescimento e perda de rendimento, além de forçar a colheita imediata, mesmo antes do ponto ideal de maturação. O levantamento mostra que regiões como o noroeste do Paraná, sudeste de Mato Grosso do Sul e sul de São Paulo têm mais de 90% de chance de registrar, pelo menos uma vez ao ano, temperaturas abaixo de 5 °C. Áreas de maior altitude e com baixa umidade do solo são ainda mais suscetíveis.
Na cultura do café, especialmente o arábica, o frio pode provocar estresse metabólico, redução da fotossíntese, atraso no desenvolvimento vegetativo e abortamento floral. Em 2022, por exemplo, a produção estimada era de 50 milhões de sacas, mas apenas 39,8 milhões foram colhidas. Regiões como o sul de Minas Gerais, o noroeste do Paraná e o sul paulista também apresentam risco elevado, com médias de até 18 dias por ano com mínimas abaixo de 5 °C em pontos específicos.

A StoneX ressalta que os impactos dependem de fatores locais, como topografia e umidade, mas também de fenômenos climáticos de larga escala, como El Niño, La Niña e Oscilação Antártica. A previsão de continuidade do frio exige atenção redobrada dos produtores para minimizar perdas.
Texto publicado originalmente em Notícias