Custos de produção do leite registram leve queda em fevereiro

Além disso, a queda de 4,3% do dólar teve efeito importante sobre os preços de alguns insumos, atenuando uma possível inflação. A desvalorização da moeda ajudou a reduzir os impactos das altas do combustível e dos fertilizantes. O combustível, que registrou aumento de 4,1% — reflexo da alta de 7,6% no preço do barril de petróleo —, e os fertilizantes, que subiram 0,5%, tiveram seu impacto amenizado pela variação cambial.
No acumulado do ano, o índice apresenta uma deflação de 0,46%, em contraste com o Índice de Preços ao Produtor Amplo - Disponibilidade Interna (IPA-DI), que fechou em 1,06%. Essa divergência é explicada pela diferença nos tipos de cesta analisados pelos índices, sendo o ILC mais focado nos insumos para a produção de leite e o IPA-DI uma média mais ampla de commodities.

Nos últimos 12 meses, o ILC apresentou uma alta expressiva de 20,6%, com exceção da energia elétrica (que teve uma pequena alta de 0,03%). Os outros insumos registraram aumentos superiores ao do IPCA Alimentos, como é o caso dos fertilizantes (23,1%), silagem (29,6%), concentrado (19,9%), sal mineral (7,4%) e combustíveis (8,9%). O aumento dos custos de produção, especialmente dos insumos, sugere que a inflação para o setor leiteiro deve continuar pressionando o consumidor ao longo do ano.

Para março, a expectativa é de que o índice sofra o primeiro movimento inflacionário do ano, com previsões de aumento nos preços da soja e do milho. No entanto, espera-se uma diminuição nos preços dos combustíveis, devido a uma possível queda nas cotações internacionais do petróleo e à estabilidade cambial.
Texto publicado originalmente em Notícias