Caminho Verde Brasil é apresentado a produtores em Goiás

Incentivo à sustentabilidade no campo

Durante a reunião, Augustin explicou que o programa vai além do crédito rural tradicional. Ele ressaltou que o produtor precisará adotar critérios sustentáveis, como balanço de carbono, plantio direto e uso de bioinsumos. Além disso, o coordenador destacou outro diferencial importante: os juros devem ficar entre 8% e 12% ao ano, praticamente metade das taxas praticadas atualmente no mercado. Dessa forma, o governo busca incentivar a adoção de boas práticas ambientais, ao mesmo tempo em que aumenta a competitividade do setor.

As medidas sustentáveis também elevam a resiliência das propriedades e ampliam o acesso a mercados mais exigentes, especialmente aqueles que não aceitam produtos vinculados ao desmatamento. Por isso, o Caminho Verde Brasil surge como uma oportunidade de consolidar o Brasil como maior produtor mundial de alimentos com alta responsabilidade ambiental.

Impacto em Goiás

Na avaliação do gerente técnico do Instituto de Fortalecimento do Agronegócio de Goiás (IFAG), Leonardo Machado, a iniciativa atende um momento estratégico do estado. Ele lembrou que Goiás já se destaca nacionalmente pela produção sustentável e pelo protagonismo tecnológico. “Vamos informar ao produtor que ele tem hoje a oportunidade de transformar sua área degradada em área produtiva, com mais rentabilidade e preservando o meio ambiente”, afirmou.

Goiás possui um Valor Bruto da Produção (VBP) estimado em R$ 119,4 bilhões em 2025. É o terceiro maior produtor de soja do país e também ocupa a terceira posição no rebanho bovino nacional. Além disso, lidera a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e abriga um dos maiores polos de agricultura de precisão, em Rio Verde. Para a safra 2024/2025, a estimativa é de 35,4 milhões de toneladas de grãos, crescimento de 17% sobre o ciclo anterior, segundo dados da Conab.

Compromisso com o clima

O Programa Caminho Verde Brasil pretende recuperar 40 milhões de hectares de áreas degradadas ao longo de dez anos. Esses espaços deverão ser destinados a sistemas de produção agropecuária e florestal mais sustentáveis. Assim, o Brasil poderá ampliar a oferta de alimentos e biocombustíveis sem necessidade de novos desmatamentos.

A iniciativa contribui diretamente para a segurança alimentar, apoia a transição energética e reforça o papel estratégico do país na agenda mundial de desenvolvimento sustentável.
Texto publicado originalmente em Notícias