Café 07-09-2025 | 15:31:00

Café tem volatilidade em agosto com altas no arábica e robusta

Preços do café em agosto registraram alta, com arábica subindo 33,7% e robusta 44,5%, impulsionados por oferta restrita e especulação

Por: Redação RuralNews

Altas expressivas em agosto

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No final do mês, o contrato de dezembro/25 do arábica chegou a 391 c/lb, fechando em 386,1 c/lb, alta de 33,7%. Já o contrato de novembro/25 do robusta subiu 44,5%, encerrando a US$ 4.815/mt. Portanto, o movimento de alta foi consistente em ambas as variedades.
Preços do café em agosto tiveram forte alta no arábica e no robusta. Foto: Canva


Segundo Laleska Moda, analista de inteligência de mercado da Hedgepoint, a arbitragem entre os preços do arábica e do robusta aumentou e agora está nos maiores níveis desde o início de 2022.

Oferta limitada e retração de produtores



As preocupações aumentaram porque a safra 2025/26 do Brasil foi menor que o esperado e, ao mesmo tempo, os estoques certificados seguem em queda. Além disso, os produtores brasileiros continuam fora do mercado, já que aguardam o florescimento da safra 2026/27 para definir estratégias de venda.

No robusta, a situação também é desafiadora. Embora Brasil e Indonésia tenham colheitas relevantes, a disponibilidade segue restrita. Muitos produtores redirecionam sua produção para a indústria nacional. Por outro lado, os estoques indonésios estão mais baixos do que no início da temporada.

Fatores internacionais



Enquanto isso, o Vietnã, maior exportador mundial de robusta, apresenta baixa disponibilidade. Em agosto, o tufão Kajiki trouxe instabilidade, mas não afetou diretamente as áreas produtoras de café. Ainda assim, o evento reforçou a percepção de risco. Já na América Central e na Colômbia, a safra 2025/26 ainda está em desenvolvimento e poderá ser decisiva para o equilíbrio do mercado nos próximos meses.

Especulação e fundos de investimento



A combinação de incertezas também favoreceu a entrada de fundos no mercado. No robusta, investidores migraram de posições líquidas vendidas para compradas. Já no arábica, os fundos ampliaram suas posições compradas líquidas, o que reforçou a pressão altista. Assim, os movimentos especulativos deram ainda mais fôlego à valorização.

Clima no Brasil será decisivo



Para o arábica, as próximas semanas devem ser secas, com chuvas abaixo da média na maior parte das regiões produtoras. No entanto, volumes mais expressivos serão necessários para garantir uma boa florada da safra 2026/27.

No conilon, por sua vez, a situação é diferente. O Espírito Santo já registrou boas chuvas, e novas precipitações previstas podem favorecer o pegamento das flores que já se abriram. Desse modo, o clima deve contribuir para uma boa recuperação da variedade.

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Texto publicado originalmente em Notícias
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