Sustentabilidade 19-11-2025 | 11:22:00

Brasil e Japão ampliam cooperação para recuperar pastagens no Cerrado

Novo acordo entre Embrapa, JICA e Mapa impulsiona tecnologias de monitoramento e recuperação de pastagens degradadas, reforçando o avanço da agricultura sustentável no Cerrado

Por: Redação RuralNews

Diagnóstico de pastagens e agricultura de baixo carbono

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Durante o evento realizado no espaço AgriTalks, na Casa da Agricultura Sustentável da COP30, Fávaro ressaltou que a ciência é essencial para transformar áreas degradadas em sistemas de alta produtividade. De acordo com ele o projeto reforça o compromisso do Brasil com o crescimento agrícola sem avanço sobre novas áreas.
Ministro Carlos Fávaro durante a COP30. Foto: Percio Campos / Mapa


“Detectar áreas degradadas pela ciência e financiar sua recuperação é o que firmamos hoje. Estamos consolidando um novo modelo de crescimento sustentável”, afirmou.

A cooperação prevê o uso integrado de dados de satélites japoneses, indicadores de saúde do solo e métodos de intensificação agrícola sustentável. Esses recursos vão orientar produtores, apoiar decisões técnicas e fortalecer políticas públicas como o Programa Caminho Verde Brasil.

Parceria histórica entre Embrapa e JICA



A presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, afirmou que a parceria com a JICA representa um marco para a ampliação das tecnologias sustentáveis no Cerrado. De acordo com ela, o projeto combina inovação digital, monitoramento climático e práticas de baixa emissão para elevar a produtividade sem ampliar a fronteira agrícola.

“Estamos estruturando um esforço de longo prazo que mostra ao mundo que o Brasil tem soluções reais para crescer preservando”, disse.

Além disso, a vice-presidente da JICA, Katsura Miyazaki, lembrou que a cooperação entre o Brasil e o Japão tem raízes profundas, iniciadas ainda na década de 1950. Ela destacou que a nova etapa da parceria amplia o intercâmbio técnico e prepara os dois países para enfrentar desafios futuros ligados ao clima e à sustentabilidade.

Próximos passos



O Memorando de Cooperação, assinado por Fávaro, Massruhá e Miyazaki, terá duração de cinco a dez anos e deve começar em abril de 2026. O acordo inclui a criação do ZARC Pastagem, zoneamento de risco climático específico para orientar o manejo e a recuperação de pastagens. Também prevê o uso de sensoriamento remoto para monitorar áreas degradadas e acompanhar sua evolução de forma contínua.

Além disso, o projeto desenvolve um sistema digital de apoio à decisão, reunindo dados agronômicos e climáticos para auxiliar produtores e gestores. Outra frente envolve a avaliação econômica e ambiental das tecnologias aplicadas. Para completar, equipes da Embrapa executarão ações de transferência de tecnologia, garantindo que as inovações cheguem ao campo com rapidez e eficiência.

A iniciativa conta com o apoio dos pesquisadores da Embrapa Sheila Melo, Joice Ferreira, Marcelo Magalhães, João Bolth, Daniel Santiago e Marcos Ene.

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Texto publicado originalmente em Notícias
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