Trigo 19-10-2024 | 9:56:00

Safra de trigo em São Paulo deve ficar abaixo de 300 mil toneladas

Safra de trigo em São Paulo sofre com instabilidade climática e encerra 2024 com volume menor segundo a Câmara Setorial do Estado, que contabiliza que o acumulado do ano deve ficar abaixo de 300 mil toneladas


Por: Redação RuralNews


Clima interferiu.

O cenário, segundo o representante da StoneX, Jonatan Pinheiro é resultado direto da quebra sofrida pelos produtores brasileiros logo no início da safra, o que desencadeou inúmeras baixas e interferiu na qualidade do trigo em todo o país, prejudicando os produtores e a indústria como um todo.

“No momento, com a colheita chegando ao fim, a expectativa é que a qualidade do trigo ainda seja superior à safra anterior, mesmo enfrentando a seca, principalmente na região Norte do país”, declarou Pinheiro.



Segundo ele, entre os principais fatores baixistas para o setor brasileiro, estão as melhorias climáticas nos Estados Unidos e na Rússia, a manutenção da exportação pelo Mar Negro e o ingresso da safra argentina, com produção e estoque disponíveis.

Já os fatores altistas estão relacionados à maior demanda asiática por importação e consumo, ao menor estoque global, que resultará em uma crescente acessibilidade de mercados, e às restrições das exportações na Rússia, com maior imposto para exportação e preço mínimo acima do mercado.

Para 2025, as expectativas são positivas. De acordo com o presidente da Câmara, o trigo voltará a remunerar: “O mercado poderá observar preços mais firmes na safra 2024/25 e uma melhor qualidade do material produzido”, afirmou.

Na visão de Pinheiro, o ano também será positivo em precificação para o produtor, ponto que colabora diretamente para um melhor desenvolvimento da indústria. “Com a expectativa de melhor precificação, falamos, eventualmente, em ter menos dor de cabeça na hora de lidar com a farinha, que acessará um mercado melhor”, ponderou.

Representando o coordenador das Câmaras Setoriais da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, José Carlos de Faria Cardoso Júnior, a assessora de pesquisa da Secretária do Estado de São Paulo, Raquel Nakazato pontuou como o órgão tem trabalhado continuamente para potencializar o desenvolvimento do setor no estado.

Segundo a profissional, segue em andamento o programa estadual CPL – Cadeias Produtivas Locais. A iniciativa, que também beneficiará as cooperativas de trigo, tem como objetivo fomentar a cooperação entre empresas e entidades públicas/privadas, compartilhando recursos, promovendo a aquisição coletiva de insumos, a troca de experiências e a inovação.

“Outra iniciativa é o plano de irrigação, que no momento está em fase de estruturação da Câmara de Irrigação. Nas reuniões, iremos definir planos para identificar a utilização e reuso das águas. Por isso, pedimos e contamos com a importante participação do setor de trigo nesse debate”, convidou.

Raquel ainda destacou que a Secretaria do Estado se reunirá com o Ministério da Fazenda para discutir as solicitações sobre o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), levando em conta a realidade dos produtores e cooperativas do agronegócio estadual.

Uma alternativa eficazNa busca contínua por um produto eficiente e de qualidade elevada, o especialista em Qualidade da Cooperativa Castrolanda, Joany Anthony Simão, destacou como o ozônio pode ser uma peça-chave para os produtores de trigo.

“Com o ozônio, é possível tratar altos volumes de trigo em até 72 horas, além de apresentar eficiência média de 30% a 70% na redução de micotoxinas, sem deixar resíduos, combatendo outros contaminantes, como bactérias e fungos”, detalhou.

O composto, como explica o especialista, é comumente gerado através da aplicação de alta tensão entre dois eletrodos. “O ambiente por onde passa o oxigênio recebe grandes descargas elétricas, de 15.000 volts ou mais, e o oxigênio que passa entre os dois eletrodos é quebrado e se reagrupa formando o ozônio”, contextualizou.

Na lida com o trigo, o tratamento com essa ferramenta funciona por meio da injeção instantânea, de forma multidirecional e com fluxo controlado, com concentrações variáveis, dependendo do tipo de microrganismo (de 30 a 160 ppm em um fluxo de 8.000 m³/h de injeção).

Além da apresentação de Simão, a reunião também contou com breves apresentações de associados que expuseram suas perspectivas sobre a safra 2023/24. Para assistir à íntegra do encontro, acesse o canal do YouTube do Sindustrigo.

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