População de javalis preocupa Agrodefesa em Goiás
Espécie exótica no Brasil, os javalis podem ser vetores de casos de Peste Suína Clássica (PSC), Peste Suína Africana (PSA) e Síndrome Reprodutiva e Respiratória dos Suínos (PRRS)
Por: Redação RuralNews
O foco é prevenir a introdução da PSC no estado através de medidas educativas junto a agentes de manejo e de controle populacional de javali cadastrados junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama). As ações fazem parte ainda do Plano Integrado de Vigilância de Suínos (PIVDS), desenvolvido pelo Ministério de Agricultura e Pecuária (Mapa)e executado pela Agrodefesa.
O controle populacional de javalis é realizado por agentes voluntários, que colaboram com a Agrodefesa, com a coleta de amostras de sangue e/ou soro dos animais abatidos em propriedades rurais autorizadas para a caça.
Eles encaminham as amostras para as Unidades Locais da Agência que enviam ao Laboratório de Análise e Diagnóstico Veterinário (Labvet) da Agrodefesa para a realização de análises sorológicas. O objetivo é monitorar a PSC em suínos asselvajados para prevenir a introdução em suinoculturas. nesses javalis e evitar que a doença se espalhe para criações de suínos domésticos.
Além das medidas de controle, o PIVDS reconhece internacionalmente, junto à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), o estado como zona livre de PSC, o que permite a exportação da carne suína.
O presidente da Agrodefesa José Ricardo Caixeta Ramos, explica que esse status assegura a exportação de produtos goianos para diversos mercados.
“Goiás é reconhecido internacionalmente como zona livre de PSC, e as ações do PIVDS é que garantem a manutenção do Estado nessa Zona, também é o sétimo maior exportador de carne suína entre os estados do Brasil, conforme o último boletim Agro em Dados da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa)", salienta o presidente.
Segundo ele, para manter esse status, é necessário o trabalho de vigilância promovido pela Agrodefesa, por meio do Programa Estadual de Sanidade Suídea, que atua para garantir a sanidade dos suínos.
Ações da Agrodefesa
Por meio da Instrução Normativa nº 5 de 2020, a Agrodefesa regulamentou o processo de coleta e transporte das carcaças abatidas, possibilitando que os agentes solicitem documentos de transporte de carcaças de animais abatidos entre as fazendas e os locais de abate.
Além disso, a instrução normatiza o cadastro dos controladores junto à Agência, garantindo que o processo seja realizado de maneira regular e controlada.
“Apesar dos avanços, a adesão à colaboração com a entrega de sangue/soro ainda é um desafio, uma vez que a participação é voluntária", destaca a gerente de Sanidade Animal da Agrodefesa, Denise Toledo.
Ela afirma que a Agrodefesa continua trabalhando para engajar cada vez mais agentes e produtores na vigilância epidemiológica, com o apoio de autoridades ambientais e policiais, que fiscalizam o transporte das carcaças e garantem que os processos sejam realizados conforme a legislação.
O estado de Goiás tem se destacado na vigilância em suínos asselvajados devido ao crescente número de amostras entregues pelos controladores o que possibilita as análises serem realizadas pelo Labvet.
O resultado do 3º Ciclo do PIVDS foi apresentado pela Agência em julho desse ano, em que foram recebidas de agentes de manejo e controle de javalis 190 amostras, todas estavam viáveis para análise e apresentaram resultado negativo a PSC.
De acordo com o relatório do 2º Ciclo, o estado de Goiás se destaca como o quarto em número total de envios de amostras coletadas de suínos asselvajados para análise de PSC. Foram coletadas 157 amostras de sangue, das quais 152 foram consideradas viáveis para análise e que apresentaram resultado negativo para a PSC.
O relatório com os números de todos os estados do país referente ao 3º Ciclo ainda não foi divulgado pelo Mapa.
Educação Sanitária
A Agrodefesa realiza palestras e treinamentos para agentes de manejo e controle de javalis no estado, orientando sobre a importância da vigilância epidemiológica e saúde pública e a forma adequada de extrair amostras de sangue ou soro para análise.
Em 2023, 206 agentes de manejo e controle participaram dos treinamentos que visam aumento na quantidade de amostras para melhor vigilância contribuindo para a vigilância epidemiológica e o aumento na quantidade de amostras encaminhadas.
Essas iniciativas são fortalecidas por parcerias como clubes de tiro e caça, onde palestras de orientação são realizadas para disseminar essas informações para quem pratica o manejo e em universidades, ampliando o conhecimento da população.
Nestas palestras, a Agrodefesa aborda temas como o controle populacional de javalis em Goiás no contexto de uma só saúde. Participa também de eventos organizados por clubes de tiro e caça do estado para tratar sobre a autorização de transporte e as amostras de soro, caso tenham interesse no treinamento e palestras.