Soja 02/04/2024

Soja: custos descem de escada, mas preços pagos ao produtor de elevador

Receita das lavouras de oleaginosa deve ser negativa nesta temporada 2023/24, alerta Mauro Osaki, do Cepea

Ronaldo Luiz

A receita das lavouras de soja nesta safra 2023/2024 será negativa para os produtores da maioria das regiões de cultivo do grão, afirmou, nesta terça-feira (2), o pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, Mauro Osaki, em coletiva de imprensa. Segundo ele, a conjuntura de intempéries climáticas, sobretudo no Brasil Central, que levou à quebra de produção associada ao recuo nos preços da oleaginosa vem provocando um descasamento entre entrada de recursos e necessidade de pagamento dos compromissos financeiros por parte do sojicultor.
“Os custos descem de escada, mas os preços agrícolas de elevador.”Em sua exposição, Osaki apresentou o cenário de cinco regiões produtoras, considerando as variáveis de custo, produtividade e preço. No caso de Sorriso (MT), por exemplo, a Receita Líquida Operacional (RLO) do produtor deve recuar 130% nesta temporada.
“O produtor só conseguirá ficar no azul se colher acima de 50 sacas por hectare e vender com a cotação sendo de, no mínimo, R$ 100,00 a saca.”Levando em conta o mesmo raciocínio, os percentuais de queda para Dourados (MS), Rio Verde (GO) e Cascavel (PR) serão, respectivamente, de 89%, 96% e 87,2% em relação ao ciclo passado. A exceção, disse o pesquisador, é Carazinho (RS), região em que a RLO do produtor de soja deve registrar avanço de 171,2%.


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