Soja
25-11-2023 | 5:00:00
Por: Da reda
Estiagem e calor intenso atrasam o plantio em todas as regiões do Brasil
A soja recém emergida está sendo castigada pelas altas temperaturas e em alguns casos produtores optaram pelo replantio das sementes
Por: Da reda
E este cenário deve continuar assim nos próximos dias, com altas temperaturas e forte calor. As previsões climáticas consolidaram-se de forma que causam apreensão ao setor agrícola. “Não estamos mais falando de previsões de clima adverso para a agricultura para daqui 5, 7 ou 10 anos, nem para 2050. É o agora que nos preocupa, estamos vivenciando o extremo da capacidade de algumas espécies exploradas comercialmente, a suportarem as adversidades, principalmente a térmica”, afirma o engenheiro agrônomo e gerente de marketing técnico de uma multinacional, Renato Menezes
Segundo dados publicados em diversas fontes que acompanham o avanço da atividade em todo o Brasil, a condição climática impõe atrasos significativos no plantio de regiões importantes na produção de grãos. Estados do Norte, Nordeste e Centro, como exemplo o Pará, região Oeste da Bahia, Tocantins e Goiás. Apesar do principal estado produtor que é o Mato Grosso ter alcançado aproximadamente 91% da estimativa de área para o período, segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) esta região sofre severas influências negativas no desenvolvimento inicial da cultura.
O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Fernando Cadore, destaca que as condições das lavouras exigem cuidados. “É o maior atraso da última série histórica de cinco anos. Mas, o que mais preocupa no campo são as condições das lavouras já semeadas. Altas temperaturas, chegando a 20 até 25 dias sem chuva, o que tem comprometido e muito o desenvolvimento, causando prejuízos difíceis de mensurar e replantios para serem avaliados”, pontua Cadore.
Lavoura castigada
Altas temperaturas, como as que estão ocorrendo em grande parte das principais regiões agrícolas do Brasil, afetam diretamente a capacidade de plena construção estrutural das plantas e consequentemente a sua capacidade produtiva. A parte das áreas com soja que foram recém-semeadas estão enfrentando assim alto risco de danos irreversíveis na germinação e emergência.
“Esta situação imposta de temperatura acima da zona de conforto térmico, para muitas espécies, dentre elas a soja, motiva o estresse térmico nas plantas, afetando o potencial de germinação das sementes, e quando estas sementes conseguem germinar a alta temperatura pode provocar morte das plântulas recém-emergidas, chamado de colapso térmico, que ocorre na base do caule das plantas.
Em estágios mais avançados, como de pleno florescimento, o estresse térmico pode causar abortamento de flores. Dentre outras interferências no metabolismo e consequentemente na limitação da capacidade produtiva.