Soja
25-07-2022 | 13:24:00
Por: Camilo Motter
Contratos futuros de soja fecham com alta de mais de 2% na CBOT
O mercado deu sequência aos ganhos apuradas na última sessão e se mantém atento em relação ao desenvolvimento da nova safra norte-americana, a demanda permanece lenta e enfraquecida.
Por: Camilo Motter
Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago encerraram o pregão desta segunda-feira (25) com altas de mais de 2% - ou de 28,50 a 38,50 pontos - acompanhando ganhos superiores a 4% no farelo. O derivado segue avançou expressivamente neste início de semana de olho nas preocupações com a Argentina - maior exportadora mundial de farelo - e com a Europa.
"A Argentina tem sérios problemas em sua balanço de pagamentos. A inflação está batendo os 100% e a taxa de câmbio Blue está 150% acima do câmbio oficial. O produtor argentino continua segurando a soja como proteção contra a inflação. Soja é dólar", explica o time da Agrinvest Commodities. Mais do que isso, segundo os analistas de mercado, os preços do subproduto também subiram diante de uma "provável redução de esmagamento na Europa, maior comprador de farelo de soja do globo". O contrato setembro/22 encerrou o dia na CBOT com US$ 415,20 por tonelada curta, enquanto o dezembro/22 foi a US$ 399,10 com alta de 4,5%.
– Na última sexta-feira a ONU, com mediação da Turquia, conseguiu que Rússia e Ucrânia assinassem um acordo, criando um corredor seguro, para a exportação de milho e trigo pelos portos ucranianos do Mar Negro. No sábado a Rússia colocou em cheque o que havia assinado ao realizar bombardeios na região. Os mercados temem que tudo volte à estaca zero e cerca de 20,0MT de trigo e milho permaneçam estocados em silos ucranianos.
– O mercado segue cauteloso, sensível a tudo o que sugere risco exagerado. Porém, o comportamento climático em vários países prejudica a evolução das lavouras, sobretudo na Europa. Nos EUA, apesar do calor intenso, a maioria das regiões recebeu chuvas nestes dias ou irão receber ao longo desta semana. No fim da tarde de hoje o USDA irá divulgar mais uma atualização sobre as condições das lavouras. No último levantamento, 61% das áreas eram tidas como boas/excelentes.
– Internamente, os negócios seguem travamos, apenas com relatos de operações pontuais. Ao mesmo tempo, os produtores observam de perto o andamento da safra dos EUA, que estão entrando na fase mais crítica de sua evolução. Irregularidades climáticas mais acentuadas podem promover rallies de preços até fins de agosto/início de setembro.
– A pressão sobre os prêmios nos portos brasileiros é mais um reflexo da lentidão da demanda. No spot, são cotados na faixa de 135 /150; para setembro, na faixa de 200/220. Indicações de compra entre R$ 178,00/180,00 no oeste do estado; entre R$ 188,00/190,00 em Paranaguá – dependendo do prazo de pagamento e, no interior, também do local de embarque.