Safra 22/01/2024

Perda da safra goiana oscila e pode chegar a 23%

Problemas climáticos podem trazer quebra na produção de grãos de Goiás de 15% a 23%

Wandel Seixas

A Expedição Safra em relatório preliminar acusa uma quebra da lavoura de 15% a 23% em Goiás em decorrência da adversidade climática. A revelação foi feita, hoje, pelo presidente do Sistema Faeg/Senar/Ifag, José Mário Schreiner, na sede da entidade em Goiânia. No ano agrícola anterior, a lavoura de soja correspondeu a 65 sacos por hectare. Em 2024, sofreu redução para 55 sacos por hectare em média. A Faeg e demais parceiros recomendam planejamento para o período de estio por parte dos agropecuaristas. No ano passado foram colhidas 17.7 milhões de toneladas de soja. Agora, devido a essa perda produtiva, pode-se estimar entre 13.8 a 15.2 milhões de toneladas para a safra 20233/24. Uma redução de até 3 milhões de toneladas
A expedição percorreu no decorrer de cinco dias propriedades rurais em 80 municípios, completando cerca de oito mil quilômetros. A visita in loco decorreu da necessidade de conhecer na fonte os prejuízos advindos do excesso de chuvas ou da seca. Segundo Zé Mário, as informações sobre a safra forneciam dados adversos, requerendo credibilidade.
O balanço desse trabalho apresenta o cenário encontrado e como isso tende impactar no mercado para produtores e consumidores, bem como possíveis ações que devem ser tomadas. O assessor técnico de agricultura da Faeg, Leonardo Machado, fez uma análise da visitação das lavouras de grãos. Segundo ele, a soja plantada por último, tardiamente, apresenta melhores condições. No entanto, a pouca palhada no solo, pode trazer prejuízos por deixar as plantas mais suscetíveis aos efeitos do calor.
Alexandro Santos, coordenador técnico do Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (Ifag), Leonardo Campos, pesquisador da Embrapa, e Armando Rollemberg, coordenador da Expedição Goiás, discorreram sobre as condições de algumas plantações e grãos das regiões Sul/Sudoeste. Mesmo sendo preciso esperar o comportamento das condições climáticas nos próximos dias para números mais completos, já se observa perda de 10 a 20 sacas de soja por hectare por conta da distribuição inadequada de chuva.
Ao que tudo indica, o maior problema está relacionado à produtividade. O calor fez com que os grãos não se desenvolvessem de forma adequada, ficando menores. Em casos assim, é necessária uma quantidade maior para encher as sacas. Além disso, o custo de produção aumentou para os produtores precisaram fazer replantio.
Mas, Alexandro entende que “a soja agüenta o tranco e recupera em parte”. No caso do plantio da safrinha, pode-se ter uma redução drástica de área plantada e com preços de milho mais elevados por segundo semestre. Trazendo impacto inflacionário para a criação de aves, suínos, pecuário de corte e leite. Os locais de mais agravamento de perda nas lavouras de soja foram percebidos nas regiões Sudeste do estado, com o predomínio do plantio precoce, na região do Vale da Araguaia, subindo para Caiapônia, para cima até Nova Crixás, e a região nordeste, como Posse. Até o momento o período inicial de colheita, abrange áreas de pivô, lavouras que anteciparam o ciclo por causa da questão climática, estão 3 a 5% ainda colhidas. O produtor que ainda vai começar esse processo precisa ficar muito atento com os próximos passos.
O grupo foi composto pela Faeg, Senar, Embrapa, Sebrae, Conab, Seapa, Agrodefesa, Emater, Sicoob Secovicred, Nissan/Saga, Bayer e Agrotrends e sindicatos rurais.

José Mário Schreiner Presidente FAEG

José Mário Schreiner Presidente FAEG

TAGS: safra - Goiás