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Mariangela Hungria é homenageada pelo Mapa com a Medalha Apolônio Salles

Pesquisadora é reconhecida por mais de 40 anos de contribuição à agricultura sustentável e liderança em tecnologias com bioinsumos

Mariangela Hungria é homenageada pelo Mapa com a Medalha Apolônio Salles

Mariangela Hungria recebe reconhecimento à contribuição para a agricultura sustentável brasileira. Foto: Percio Campos / Mapa

Foto do autor Redação RuralNews
08/11/2025 |

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) homenageou Mariangela Hungria com a Medalha de Mérito Apolônio Salles nesta quarta-feira (5), em Brasília.

A cerimônia, conduzida pelo ministro Carlos Fávaro, reconheceu a trajetória científica da pesquisadora. Seu trabalho transformou o uso de insumos biológicos e impulsionou a agricultura sustentável no Brasil.

Durante o evento, Fávaro destacou que a homenagem simboliza o reconhecimento da ciência pública brasileira.

Segundo ele, o trabalho de Hungria consolidou o país como líder mundial em tecnologias sustentáveis. “Esta medalha representa também a grandeza da Embrapa e dos avanços da ciência nacional”, afirmou o ministro.

Além disso, ressaltou que o prêmio evidencia o papel do Brasil na produção de alimentos de forma responsável e inovadora. Ao agradecer, Mariangela Hungria destacou o valor simbólico do prêmio.

“Ser reconhecida dentro da nossa própria casa tem um significado imenso. Dedico esta medalha às mulheres da ciência e da agricultura, muitas vezes invisíveis, mas essenciais para a segurança alimentar”, disse.

Por isso, dedicou a honraria aos colegas e estudantes que acreditaram na força dos bioinsumos.

Reconhecimento internacional reforça legado científico

A homenagem ocorreu poucos dias após Hungria receber, nos Estados Unidos, o World Food Prize 2025, considerado o “Nobel da Agricultura”. Ela é a primeira brasileira e a décima mulher no mundo a conquistar o prêmio. A premiação reconhece contribuições decisivas para a segurança alimentar global.

Dessa forma, o reconhecimento reforça a importância de sua atuação na transição para uma agricultura mais sustentável. Formada em Engenharia Agronômica pela Esalq/USP, Hungria tem mestrado e doutorado em Solos e Nutrição de Plantas.

Ingressou na Embrapa em 1982 e, desde então, dedica-se à pesquisa em microbiologia do solo. Seu foco está em microrganismos que fixam nitrogênio e reduzem o uso de fertilizantes químicos.

Atualmente, suas descobertas beneficiam cerca de 85% da área de soja cultivada no país, além de lavouras de feijão, milho e trigo. Consequentemente, o impacto de seu trabalho ultrapassa o campo, influenciando políticas públicas e estratégias ambientais.

Símbolo da ciência pública brasileira

A presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, destacou o impacto da pesquisadora na agricultura e na ciência pública. “Mariangela mostrou que o solo é vida e que ciência transforma o campo. Sua trajetória inspira novas gerações de cientistas brasileiras”, afirmou.

Entretanto, ela lembrou que ainda há desafios, como o fortalecimento dos investimentos em pesquisa e inovação.

Instituída em 1987, a Medalha de Mérito Apolônio Salles reconhece personalidades que prestam serviços relevantes à agricultura nacional. A cerimônia contou com autoridades do Mapa, representantes do setor produtivo, da academia e de instituições públicas.

Enquanto isso, a trajetória de Hungria segue como exemplo de compromisso com a sustentabilidade e a ciência aplicada ao campo. Mariangela Hungria entre as cientistas mais influentes do mundo

Além do World Food Prize, Mariangela Hungria integra a lista TIME 100 Climate 2025, que reúne as personalidades mais influentes na agenda climática global.

Por fim, ela também faz parte da Academia Brasileira de Ciências e da Academia Mundial de Ciências. Hungria está ainda entre os cientistas mais citados do mundo, segundo ranking da Universidade de Stanford.

Parabéns a Mariangela e demais pesquisadores da EMBRAPA, apesar de os recursos não disponíveis quanto o esperado mas ainda temos.

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