Pecuária 29/01/2024

Mercado espera as tendências de fevereiro e arroba de boi tem ligeira reação

Nos próximos dez dias, praças que estão firmes devem ceder um pouco, como Goiás e Minas Gerais

Preços recuaram em importantes praças brasileiras como descrito: MT, MS e São Paulo

Fabiano Reis

A relação entre os estoques de carne bovina nas câmeras frigoríficas e o varejo deve alcançar ponto crítico nesta semana, com elevação de volume no atacado brasileiro. As vendas que foram muita satisfatória e acima da média anual na primeira quinzena de janeiro de 2024 têm arrefecido, elevando, substancialmente, as escalas de abates das plantas industriais brasileiras. Como já escrito por aqui no Portal Rural News há duas semanas, acredito em um movimento econômico de “U” no curto prazo para o mercado da pecuária bovina de corte. Havíamos escrito sobre a baixa e ela é presente onde há negócios, mesmo em São Paulo, onde a resistência é de R$ 240,00 por arroba (já se trata de uma queda de R$ 5 por @ no preço cheio do boi) há pouca liquidez, com os frigoríficos só comprando de maneira pontual. As escalas garantem a estratégia e é pouco provável uma corrida por compras antes de algum recuo nos dias fabris garantidos no setor, 12 dias para o Estado de referência. O preço vai voltar, mas após a confirmação de algumas tendências de consumo em fevereiro e não deve ser por longo espaço de tempo.

Todavia, voltando a falar de carne bovina, atacado e varejo, os preços que chegam ao elo de relação final com o consumidor estão praticamente inalterados nos principais cortes trabalhados em São Paulo. O Instituto de Economia Agrícola informava logo cedo de um cenário relevante para os cortes de traseiro: estabilidade nos preços e fraqueza nas vendas. Coxão duro em R$ 31,61, coxão mole R$ 32,63, contrafilé R$ 37,18, sem mudanças na precificação e na comercialização mais baixa. Há exceções nos cortes dianteiro e traseiro com osso. Basicamente, estou dizendo que essa carne vendida reflete valores mais sólidos da arroba do boi, praticados no começo do mês, com um ímpeto mais forte do consumo interno. Os preços estão mantidos, mas a busca pelos cortes, como define o IEA é fraco. Melhor, enfraqueceu.

Penúltima semana de exportações de carne bovina de janeiro/24 e, de acordo com a Secex – Secretaria de Comércio Exterior, o volume exportado em 19 dias úteis é de 168,1 mil toneladas, o que já é quase 5% superior a todo o mês de janeiro de 2023. O preço da tonelada está, em média a US$ 4.508 mil, 7% inferior a média do mesmo período sazonal.
Para as próximas semanas mantenho as previsões anteriores. Os preços já recuaram em importantes praças brasileiras como descrito na última semana, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo. Nos próximos dez dias, praças que estão firmes devem ceder um pouco, como Goiás e Minas Gerais. As “”tendências de fevereiro” estão ligadas a três movimentos: salários; festividades de carnaval e volta às aulas. A soma dos três deve consumir os estoques das câmeras frias (espero que sim) e o mercado fechar o movimento “U”.

*Observação: às10 horas, no horário de Brasília, eu recebia alguns movimentos e já traziam a indicação de ligeira melhora nos preços pagos pelo JBS em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, ainda sem devolver as quedas recentes. Contudo, outros grupos industriais estiveram o dia fora das aquisições hoje, nos dois estados.

Fabiano Reis

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