Pecuária
02/09/2020
Para mostrar como a criação de gado pode trazer benefícios ambientais e econômicos, a Luxor Group e a Meraki Impact montou uma equipe encabeçada pela PRETATERRA, Savory Institute, Climate Smart Group e reNature, que uniu uma ampla gama de conhecimentos em pesquisa, avaliação de impacto, investimentos, negócios e sistemas agroflorestais integrados.
Segundo Everton Lemos, especialista em produção animal em sistemas agroflorestais da PRETATERRA, quando se pensa em pecuária no Brasil, a tendência é não relacioná-la com a sustentabilidade. “Diante desse contexto, o projeto Pasto Vivo veio para demonstrar que isso pode ser feito de maneira diferente, além de gerar conhecimento e conscientização sobre como a integração de práticas regenerativas podem transformar a pecuária em benefício de agricultores, pecuarista e, sobretudo, do planeta”.
“Hoje a criação tradicional de gado é ineficiente em termos de uso da terra, enquanto a Reserva Legal - uma porcentagem obrigatória de 35% - é pouco reforçada. Além disso, os pecuaristas enfrentam os desafios das mudanças climáticas, savanização e desertificação; pastagens degradadas enfrentam temperaturas cada vez mais altas e severas estações secas. Segundo modelagens recentes, o aquecimento global pode aumentar o custo de produção da carne bovina brasileira em até 160%”, detalha Valter Ziantoni, engenheiro florestal e fundador da PRETATERRA.
Na prática
O Projeto Pasto Vivo objetiva criar o melhor modelo pecuário agroflorestal do mundo, e que seja replicável ao contexto regional. A partir dessa demanda, desenhou-se uma estratégia para a conversão agroflorestal da fazenda piloto, desenhando um sistema agroflorestal inovador, integrado em SSPi (Sistemas Silvopastoril Intensivo), agregando árvores e produtos florestais não-madeireiros, com produção de forragem para o gado e produtos de alto valor agregado, visando ainda o mercado de créditos de carbono e futura negociação de outros potenciais serviços ecossistêmicos.
A primeira atividade desenvolvida foi o estudo de viabilidade do solo, no mês de fevereiro deste ano e a próxima etapa está em andamento, com o início do design e desenvolvimento do sistema agroflorestal, que será desenhado por Valter Ziantoni e Paula Costa, engenheiros florestais e fundadores da PRETATERRA, nos meses de julho a agosto. A partir daí será a fase de implantação, que tem prazo para ser finalizado em maio de 2022.“As árvores também beneficiam o clima local e fornecem sombra para os animais, aumentando seu bem-estar durante a estação seca e promovendo de serviços ecossistêmicos relevantes”, detalha Ziantoni.
Por meio da aplicação dessas práticas regenerativas, o bem-estar e o crescimento dos animais são melhorados, aumentando o seu valor e qualidade, afirma Paula Costa. “O gado é manejado em uma pastagem mais eficiente e usufrui do sombreamento, melhorando o bem-estar animal, permitindo ainda um uso mais eficiente da terra e um aumento no número de cabeças de gado por área. Além disso, uma gama diversificada de produtos provenientes das árvores fornecerá fontes adicionais de forragem, renda e alimentos”, detalha.
Ela acrescenta ainda que em um horizonte de longo prazo, o objetivo macro desse projeto é inspirar outros pecuaristas que atuam na Amazônia a migrar dos modelos convencionais em direção a práticas mais sustentáveis e menos prejudiciais ao meio ambiente. “Queremos que o ‘Pasto Vivo’ crie um forte argumento para a pecuária regenerativa. Arranjos produtivos biodiversos e complexos, incluindo árvores na paisagem, como os sistemas agroflorestais, têm o potencial de tornar a pecuária uma atividade que, além de viável financeiramente, provê impactos ambientais positivos para a sociedade e para o planeta”, finaliza Paula.
Sobre a PRETATERRA
Iniciativa que se dedica à disseminação de sistemas agroflorestais regenerativos, desenvolvendo designs replicáveis e elásticos, combinando dados científicos, informações empíricas e conhecimentos tradicionais com inovações tecnológicas, construindo um novo paradigma produtivo que seja sustentável, resiliente e duradouro.
Na vanguarda da Agrofloresta, a PRETATERRA projetou, implementou e modelou economicamente o design agroflorestal que ganhou, em 2019, o primeiro lugar em Sustentabilidade do Prêmio Novo Agro, do Banco Santander e da ESALQ, com o case “Café dos Contos”, em Monte Sião (MG). Em 2018, a PRETATERRA ganhou o primeiro lugar em negócios inovadores no concurso de startups no Hackatown e, em 2020, a PRETATERRA está entre os finalistas do Prêmio Latinoamerica Verde, de startups e projetos inovadores em sustentabilidade da América Latina.
Com investimento de 5 milhões, projeto de pecuária sustentável quer ser vitrine para o mundo
Fazenda de Mato Grosso adota sistema agroflorestal e garante benefícios ambientais e econômicos com a criação de gado
Assessoria
É no interior do estado de Mato Grosso que o projeto Pasto Vivo está sendo desenvolvido para se tornar uma referência mundial em pecuária regenerativa, financeiramente viável e com carbono positivo, com prazo de implementação até 2022. O investimento inicial é de 850 mil euros, cerca de 5 milhões de reais e abrangerá iniciais 100 hectares da fazenda São Benedito, área que poderá ser ampliada para 1.200 ha e, possivelmente chegue aos 23.000 ha (área total do projeto). Chineses pagam mais por carne bovina sustentável, indica pesquisa da FGV Agro
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Segundo Everton Lemos, especialista em produção animal em sistemas agroflorestais da PRETATERRA, quando se pensa em pecuária no Brasil, a tendência é não relacioná-la com a sustentabilidade. “Diante desse contexto, o projeto Pasto Vivo veio para demonstrar que isso pode ser feito de maneira diferente, além de gerar conhecimento e conscientização sobre como a integração de práticas regenerativas podem transformar a pecuária em benefício de agricultores, pecuarista e, sobretudo, do planeta”.
“Hoje a criação tradicional de gado é ineficiente em termos de uso da terra, enquanto a Reserva Legal - uma porcentagem obrigatória de 35% - é pouco reforçada. Além disso, os pecuaristas enfrentam os desafios das mudanças climáticas, savanização e desertificação; pastagens degradadas enfrentam temperaturas cada vez mais altas e severas estações secas. Segundo modelagens recentes, o aquecimento global pode aumentar o custo de produção da carne bovina brasileira em até 160%”, detalha Valter Ziantoni, engenheiro florestal e fundador da PRETATERRA.
Na prática
O Projeto Pasto Vivo objetiva criar o melhor modelo pecuário agroflorestal do mundo, e que seja replicável ao contexto regional. A partir dessa demanda, desenhou-se uma estratégia para a conversão agroflorestal da fazenda piloto, desenhando um sistema agroflorestal inovador, integrado em SSPi (Sistemas Silvopastoril Intensivo), agregando árvores e produtos florestais não-madeireiros, com produção de forragem para o gado e produtos de alto valor agregado, visando ainda o mercado de créditos de carbono e futura negociação de outros potenciais serviços ecossistêmicos.
A primeira atividade desenvolvida foi o estudo de viabilidade do solo, no mês de fevereiro deste ano e a próxima etapa está em andamento, com o início do design e desenvolvimento do sistema agroflorestal, que será desenhado por Valter Ziantoni e Paula Costa, engenheiros florestais e fundadores da PRETATERRA, nos meses de julho a agosto. A partir daí será a fase de implantação, que tem prazo para ser finalizado em maio de 2022.“As árvores também beneficiam o clima local e fornecem sombra para os animais, aumentando seu bem-estar durante a estação seca e promovendo de serviços ecossistêmicos relevantes”, detalha Ziantoni.
Ela acrescenta ainda que em um horizonte de longo prazo, o objetivo macro desse projeto é inspirar outros pecuaristas que atuam na Amazônia a migrar dos modelos convencionais em direção a práticas mais sustentáveis e menos prejudiciais ao meio ambiente. “Queremos que o ‘Pasto Vivo’ crie um forte argumento para a pecuária regenerativa. Arranjos produtivos biodiversos e complexos, incluindo árvores na paisagem, como os sistemas agroflorestais, têm o potencial de tornar a pecuária uma atividade que, além de viável financeiramente, provê impactos ambientais positivos para a sociedade e para o planeta”, finaliza Paula.
Sobre a PRETATERRA
Iniciativa que se dedica à disseminação de sistemas agroflorestais regenerativos, desenvolvendo designs replicáveis e elásticos, combinando dados científicos, informações empíricas e conhecimentos tradicionais com inovações tecnológicas, construindo um novo paradigma produtivo que seja sustentável, resiliente e duradouro.
Na vanguarda da Agrofloresta, a PRETATERRA projetou, implementou e modelou economicamente o design agroflorestal que ganhou, em 2019, o primeiro lugar em Sustentabilidade do Prêmio Novo Agro, do Banco Santander e da ESALQ, com o case “Café dos Contos”, em Monte Sião (MG). Em 2018, a PRETATERRA ganhou o primeiro lugar em negócios inovadores no concurso de startups no Hackatown e, em 2020, a PRETATERRA está entre os finalistas do Prêmio Latinoamerica Verde, de startups e projetos inovadores em sustentabilidade da América Latina.