Pecuária 19/01/2024

Abates de fêmeas bovinas devem seguir expressivos em 2024

Vários fatores indicam que o descarte deve ser presente em 2024, mesmo com a valorização do bezerro

Mesmo assim, número de abates de fêmeas devem ficar abaixo dos de 2023

Fabiano Reis

Alguns fatores devem ser observados pelos pecuaristas brasileiros em torno da produção a pasto, possibilidade de confinamento (também praça de alimentação), consumo de carne bovina, exportações e volume de fêmeas a ser abatido em 2024. As variáveis citadas, definem os valores a serem praticados até o final do ano. As pastagens estão escassas no Centro-sul brasileiro, contudo, devemos ter um final de safra de pastos com maior oferta de animais. Não será como no último ano, mas deve aparecer e quando chegar os preços cedem.

Considere também um descolamento de preços de bois e fêmeas, o descarte deve ser presente em 2024, mesmo com a valorização do bezerro, agora estimado pelo Cepea/Esalq/USP entre R$ 2.110,00 a R$ 2.136,00, base Mato Grosso do Sul. Também, elementos ligados ao confinamento, aquisição de gado magro e milho, estão favoráveis ao setor em 2024.

A participação de fêmeas deve ser menor neste ano, com números que devem ficar abaixo dos de 2023. De acordo com o Imea – Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária, com dados do Indea – Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso, o estado bateu recorde de produção de carne bovina em 2023, impulsionado pelo forte no abate de fêmeas.
Foram 6,16 milhões de bovinos enviados para o gancho, alta de 23,53% em relação a 2022. Todavia, o número de fêmeas abatidas subiu 40,57%, alcançou expressivos 2,81 milhões de cabeças ou 45,52% do total. Um bom exemplo do último ano.

Dados econômicos atuais, Pesquisa Focus, do Banco Central, mostram melhoras relevantes para a população brasileira. A atualização semanal trouxe redução da expectativa do Índice de Preços ao Consumidor Amplo, a inflação nacional para o ano é esperada em 3,87%. Números da balança comercial também melhoraram, agora em US$ 75 bilhões, a taxa de crescimento é mantida em 1,59%. O cenário descrito, mostra a possibilidade de maior consumo pela população e absorção de preços.

Na quinta-feira, 18/01, as escaladas recuaram de leve em São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul estão com 14 dias. Por outro lado, alcançou 16 dias de trabalho fabril no estado de Goiás. Apesar de alguma pressão nas ofertas da quarta-feira, em SP, MG, MS e MT, houve resistência e os preços voltaram aos patamares anteriores, mostrando estabilidade.

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