Mandioca
07-12-2021 | 14:01:00
Por: FAEP (Federa
Avanços tecnológicos elevam mandiocultura a novo patamar
Avanços na produção de novos cultivares e na adaptação de maquinário para atuar no Sistema de Plantio Direto trazem oportunidades para a cultura
Por: FAEP (Federa
“Quando o Plantio Direto chegou ao Brasil, na década de 1970, a mandioca entrou na onda, mas como não havia cultivares adaptadas, isso levou tempo, pois a mandioca tem pouca variabilidade genética. É uma planta nativa que ninguém mais no mundo estuda”, relata o técnico Bruno Vizioli, do Departamento Técnico e Econômico (DTE) do Sistema FAEP/SENAR-PR.
Os resultados deste trabalho começaram a surgir há cinco anos, tanto na forma de cultivares aptas ao Sistema de PD, quanto em maquinários adaptados para o plantio da maniva na palhada. “Fomos testando variedades e algumas se mostraram aptas ao Plantio Direto. A muda da variedade tem que ser um pouquinho mais tolerante à estiagem”, explica o pesquisador do IDR-Paraná Mario Takahashi, que participou do processo de descoberta das variedades utilizadas ao Sistema de Plantio Direto.
O pesquisador observa que a mandioca encontra diferentes situações de cultivo no Estado. “Se pegar região onde a sequência da rotação de culturas envolve grãos, a mandioca entra num esquema muito bom, em cima da palha do milho. Devido ao seu sistema radicular, ela promove a recirculação de nutrientes. Se entrar no esquema de rotação de culturas, a próxima lavoura de soja vem muito bem também”, observa.
Porém nem sempre é possível esse cuidado. “Na região do Arenito Caiuá, onde tem rotação com pastagem, existe uma dificuldade em implantar o PD, pois muitos são arrendatários. Eles não conseguem entrar com antecedência para preparar o terreno”, avalia.
Esse é o caso de Carlos Eduardo Maia, que planta mandioca em uma área de 300 hectares em São João do Caiuá. Atento às novas tecnologias, o produtor já participou de Dias de Campo que apresentaram o PD na cultura da mandioca e se interessou pela possibilidade. “A gente pensa em adotar essa técnica, mas para isso precisamos de mais conhecimento, adaptar a plantadeira. Mas vemos que é a tendência”, diz Maia, que observa diversas vantagens no sistema. “O preparo de solo vai ser muito mais ágil. Hoje você tem que gradear a terra para o plantio. Também tem a questão do meio ambiente e conservação de solo. Com a palhada, a terra não fica exposta, você tem menos problema com ervas daninhas e com erosão”, avalia.
Outra vantagem observada pelo produtor diz respeito à mão de obra. “Se houver investimento nessas duas tecnologias, PD e colheita mecanizada, teremos uma otimização nos custos de mão de obra”, prevê Maia.
Por enquanto o produtor aguarda a consolidação da técnica para adotar na mandioca. “Ainda falta uma assistência técnica, tanto na questão do maquinário quanto questão agronômica”, diz.