Logística e Transporte
23-03-2021 | 10:20:00
Por: Governo do Estado do Parana
Estudo destaca que Nova Ferroeste vai diminuir em 27% o Custo Brasil
Nova malha terá 1.285 quilômetros de extensão. Pacote inclui ligação entre Maracaju (MS) e Cascavel (PR), novo traçado entre Guarapuava e Paranaguá, ramal multimodal ligando Cascavel e Foz, e revitalização do atual trecho da Ferroeste.
Por: Governo do Estado do Parana
“Uma reunião muito importante. Mais um passo que damos na consolidação de um sonho conjunto do Paraná e do Mato Grosso do Sul. Um corredor logístico que vai mudar a infraestrutura de toda essa região, mas com uma grande preocupação com o meio ambiente, com o desenvolvimento sustentável”, afirmou Ratinho Junior.
O projeto busca implementar o segundo maior corredor de transporte de grãos e contêineres do País, unindo dois dos principais polos exportadores do agronegócio brasileiro. Apenas a malha paulista teria capacidade maior. “O potencial desse eixo é enorme. Com os investimentos que já estamos fazendo no porto e a criação desta linha férrea vamos atender com ainda mais condições o setor produtivo brasileiro”, ressaltou o governador paranaense.
A nova malha ferroviária terá 1.285 quilômetros de extensão total. O pacote inclui a construção de uma ferrovia entre Maracaju e Cascavel; um novo traçado entre Guarapuava e Paranaguá; um ramal multimodal ligando Cascavel e Foz do Iguaçu; além da revitalização do atual trecho da Ferroeste, entre Cascavel e Guarapuava. “É um projeto inovador, que vai permitir ao Mato Grosso do Sul abrir uma saída de exportação. A sintonia dos estados é muito grande, o que ajuda a garantir o desenvolvimento do projeto”, comentou Azambuja. “Vai impulsionar ainda mais essa área tão importante para o agronegócio nacional. Menos custos e mais rentabilidade para os produtores”.
IMPACTO – De acordo com os técnicos responsáveis pelo estudo, a construção da ferrovia terá um impacto imenso dentro da logística nacional, diminuindo custos e ampliando a capacidade de exportação.
A área de influência indireta abrange 925 municípios de três países. São 773 do Brasil, 114 do Paraguai e 38 da Argentina. No Brasil, impacta diretamente 425 cidades do Paraná, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina, totalizando cerca de 9 milhões de pessoas. A área representa 3% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. O documento aponta, entre outras vantagens, a estimativa de um aumento de 40% nas exportações de grãos e celulose para o Paraguai.
Números que, na visão do coordenador do Grupo de Trabalho Ferroviário do Estado do Paraná, Luiz Henrique Fagundes, reforçam a alta demanda pelo corredor de exportação. “Essa obra é importante por colaborar com a diminuição dos custos de infraestrutura do País. Isso eleva a produtividade e a competitividade dos setores econômicos, com reflexo imediato no crescimento do Brasil", afirmou.
TRAÇADO – O traçado elaborado pela equipe da GTFerrovias prevê uma economia logística de US$ 13 por tonelada, com impacto direto na redução do chamado Custo Brasil na exportação, da ordem de 27%. No primeiro ano de funcionamento da ferrovia, isso representaria uma diminuição de R$ 2,4 bilhões no pacote logístico. Poupança que chegaria a R$ 5,2 bilhões no ano 60. “Não é só um projeto do Paraná ou do Mato Grosso do Sul. É um projeto nacional que vai mudar a realidade estrutural do País, aumentando a eficiência de maneira substancial”, disse Thiago Caldeira, secretário do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI) do Governo Federal. O órgão está auxiliando os estados na elaboração do processo de concessão.
A expectativa, de acordo com os técnicos, é que pela Nova Ferroeste seja possível o transporte de 54 milhões de toneladas por ano – ou aproximadamente 2/3 da produção da região. 74% seriam de cargas destinadas para a exportação. “Terá uma redução na matriz de custo na produção de alimentos justamente pela queda do custo logístico. Algo em torno de 27%, o que vai se refletir no preço final do produto para a população”, explicou Fagundes.
Jaime Verruck, secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar do Mato Grosso do Sul, disse que os grupos técnicos vão ficar até quinta-feira (25) percorrendo o trajeto da nova ferrovia, de Maracaju a Cascavel. “O cronograma está andando bem, em dia. Esse traçado foi bem pensado, estudado para evitar problemas e respeitando sempre todas as normas ambientais”, afirmou.
TEMPO DE VIAGEM – Haverá, ainda, uma redução significativa no tempo de viagem quando comparado com o traçado atualmente em funcionamento. O grupo estima que a rota Cascavel/Paranaguá pela nova malha levará em torno de 18 horas, contra as atuais 100 horas.
Com isso, destacou Ratinho Junior, o Corredor Oeste de Exportação resolverá um problema histórico de infraestrutura do Paraná, com impacto para o Brasil e para o Mercosul. O novo traçado, disse, vai ligar o Paraná à malha ferroviária nacional, beneficiando as principais potências do agronegócio nacional, além do Paraguai, que é hoje um dos principais produtores mundiais de grãos. “Ampliação de capacidade e de logística em união com o desenvolvimento sustentável. Isso que vai gerar mais emprego e renda para a nossa gente”, afirmou Ratinho Junior.
OUTROS ESTUDOS – A previsão, segundo o GTFerrovias, é que os Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica, Ambiental e Jurídica (EVTEA-J) fiquem prontos em setembro e o Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima) seja finalizado em novembro, para que então a ferrovia possa ser privatizada.
“Mais um passo na evolução desse projeto tão ambicioso, que sempre foi sonhado, mas nunca saiu do papel. Queremos estar todos juntos em novembro batendo o martelo na B3 nesta nova concessão”, comentou o secretário de Estado da Infraestrutura e Logística, Sandro Alex. A futura ferrovia irá aproveitar o traçado atual da Ferroeste, entre Cascavel e Guarapuava, e modernizará a descida da Serra do Mar, cujo trecho usado atualmente foi construído ainda no século XIX.
A Nova Ferroeste é estratégica para o País, sendo que o projeto foi qualificado como prioritário no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) do governo federal. A inclusão garante celeridade na articulação com as entidades intervenientes, aquelas que acabam envolvidas nos processos de licenciamento, como o Ibama, a Funai, o ICMBio e Incra.
“Ela é estratégica dentro do projeto de desenvolvimento do Paraná idealizado pelo governador Ratinho Junior. Ainda mais quando consideramos o potencial do agronegócio paranaense. O papel do Estado é prover a logística adequada para o setor produtivo”, disse o diretor-presidente da Ferroeste, André Gonçalves.
Os estudos levam em conta todas essas variantes, e estão sendo elaborados para ter o menor impacto possível em comunidades indígenas, quilombolas, assentamentos e unidades de preservação. Outra preocupação é com as áreas urbanas, evitando trechos que cruzem as cidades. Em Curitiba, por exemplo, os trilhos serão todos desviados, sem a passagem de trens por cruzamentos que podem gerar acidentes.
PRESENÇAS – Também participaram da apresentação do estudo o assessor do Grupo de Trabalho Ferroviário, Juliano Rodrigues; o assessor de Logística da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar do MS, Lucio Lagemann; além de políticos e lideranças empresariais do Mato Grosso do Sul.
Ferroeste bate recordes e volta a apresentar resultados positivos
A Ferroeste voltou a apresentar resultados positivos em 2020. Pelo segundo ano consecutivo, a empresa bateu recordes históricos de movimentação total de cargas, de grãos, de contêineres e também teve o maior lucro operacional desde a sua criação, em 1996. Pela malha ferroviária passa a produção agropecuária do Oeste paranaense até Guarapuava, para que seja exportada pelo Porto de Paranaguá.
Os bons números que já tinham sido conquistados em 2019, o primeiro ano da história em que a ferrovia fechou no azul, foram todos superados no ano passado. O lucro operacional, já descontadas as depreciações, foi de R$ 1,27 milhão em 2020, quase três vezes mais que no ano anterior, quando a Ferroeste lucrou R$ 453 mil. O Ebitda, que calcula a gestão operacional da empresa, subiu 5,88% no período.