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Geral 28-07-2020 | 17:53:00

Dia do Agricultor: CNA comemora data com relatos de produtores rurais de todo o Brasil

Entidade foi ouvir os homens e mulheres do campo para saber como adaptaram a forma de produzir, de comercializar, a maneira de interagir, de administrar, de conviver e de sobreviver nesse novo mundo que surgiu de uma hora pra outra.


Por: Redação RuralNews


Marcos Minori e Elândia Freitas - Produtores em Plácido de Castro (AC)
“Mantivemos nossa produção de leite com entrega aos laticínios três vezes por semana, mas agora seguindo todas as recomendações de prevenção ao coronavírus. Antes da pandemia, íamos semanalmente a Rio Branco, que fica a 60 km da propriedade, e também recebíamos visitas, inclusive a do técnico do Senar para o acompanhamento mensal. Agora, a assistência técnica e gerencial é realizada virtualmente. Além disso, restringimos as saídas somente quando for estritamente necessário”
Devani Ramiro Vieira da Silva - Produtora de hortaliças em Epitaciolândia (AC)
“Tivemos impactos nas vendas porque agora não podemos sair para vender com a mesma frequência que fazíamos antes da pandemia. Mesmo assim continuamos plantando com a esperança de que esse cenário vai melhorar em breve. A divulgação dos produtos no Whatsapp foi uma forma que encontramos para tentar diminuir a queda nas vendas”.

Hélio Costa - Produtor de leite em Major Izidoro (AL)
“Inserimos novos hábitos de higienização na propriedade, como o uso de máscaras e álcool gel. Em relação à produção de leite não houve mudança. O laticínio continua coletando a mesma quantidade de leite que anteriormente. Registro o meu respeito a todos os clientes do setor agropecuário, pois sem eles nós não sobrevivemos e sem nós eles não vivem. Juntos vamos sair dessa situação“.

Dilermando Melo de Lima - Pecuarista em Boca do Acre (AM)
“Mudou o dia a dia de todos nós. Para continuar produzindo, tivemos que introduzir na propriedade todas as recomendações dos órgãos de saúde, orientando os nossos colaboradores a usarem máscara, fazer higienização, evitar aglomerações e se manter na propriedade, evitando ir à cidade ou ir somente em casos excepcionais. Como trabalhamos com pecuária na atividade de recria e engorda, a venda dos animais não sofreu nenhuma mudança e a comercialização está transcorrendo normalmente”.
Letícia Dalmazo Melotti - Produtora de café conilon especial em São Domingos do Norte (ES)
“Há um ano produzo cafés especiais do tipo conilon. Trabalho com uma quantidade pequena, o que facilita o cumprimento das medidas de distanciamento social. Por causa da pandemia, a venda do café em pó da safra passada teve uma queda de 20% nos meses de março e abril e o preço dos insumos aumentou um pouco porque o adubo acompanha a variação do dólar. Mesmo assim, conseguimos atender os clientes, principalmente via Whatsapp, Instagram e Facebook. Hoje, a venda online é muito mais prática. Ainda não tenho uma conta comercial, mas vou fazer um levantamento dos meus clientes, montar uma lista de transmissão e vender ainda mais o meu produto de qualidade”.

Tábata Stock - Produtora de grãos e de pecuária de corte em Guarapuava (PR)
“Mesmo com a pandemia, as atividades produtivas continuam e estamos inclusive contratando mais funcionários. Estamos seguindo todos os cuidados para a preservação da saúde dos nossos funcionários e moradores. Disponibilizamos máscaras, álcool gel e inserimos novos hábitos, como a higienização das mãos a cada 30 minutos ainda que isso demore um pouco mais para finalizar a atividade e gere hora extra, pois acreditamos que a saúde vem em primeiro lugar”. 

Lucimeri Screpecz Lisboa - Produtora de hortaliças em Agudos do Sul (PR)
“Antes da pandemia investimos em uma estufa de hidroponia para realizar o plantio de hortaliças e atender um cliente que iria distribuir os produtos em restaurantes da região. No entanto, uma semana antes da colheita, o cliente nos avisou que não teria como comprar a produção devido ao fechamento dos restaurantes. Tivemos que agir rapidamente, então desenvolvemos embalagens, códigos de barras e saímos em busca dos consumidores finais. Desde então, estamos trabalhando só com pedidos via Whatsapp e redes sociais. Poderia ser mais fácil se não fosse a pandemia, mas não foi por isso que a gente parou”. 
Miguel Octacilio Silvestrin - Produtor de kiwi e caqui em Farroupilha (RS)
“A pandemia trouxe uma nova realidade para todos, vivemos algo totalmente novo e incerto. Nossa produção é direcionada exclusivamente a uma única empresa, também pertencente à família, o que indiretamente colabora e facilita na execução de todos os cuidados necessários conforme orientações. Além disso, os funcionários que trabalham na lavoura são da mesma família e residem no local, saem da propriedade apenas o necessário para satisfazer suas necessidades e não mantém contato com pessoas de fora. Fornecedores de adubos e defensivos, quando visitam a propriedade, mantém o distanciamento e cuidados como máscara, álcool gel e, além disso, é mantida higienização constante do local. Os cuidados que já tínhamos antes agora são redobrados. Desde a manutenção e limpeza dos bins (caixas de madeira) onde armazenamos as frutas até a esterilização das mesmas. Nosso objetivo é produzir frutas de qualidade e, mais do que isso, levar segurança à mesa dos consumidores”.  

Mariana Pötter Vieira - Produtora de uva e vinho, pecuária de corte e agricultura em Dom Pedrito (RS)
"A vinícola foi a que mais sofreu modificações porque além da produção de uvas e elaboração de vinhos, temos a parte de comercialização e serviços de enoturismo. Aumentamos as vendas por meio do e-commerce. Para isto, fortalecemos a divulgação das nossas vendas online, criamos produtos atrativos para o momento e alteramos a política de frete para facilitar os clientes, entre outras iniciativas. Por sermos uma indústria de alimentos, já estávamos acostumados a trabalhar adotando muitas medidas de higiene. Porém, após a pandemia, as medidas foram redobradas e estendidas para as áreas administrativas.
Acredito que esse comportamento “mais online” do consumidor continuará. Este tipo de venda oferece facilidades e comodidade. Na pecuária, de forma inédita, após 48 anos realizando nossos remates presenciais, faremos o 49º Remate Guatambu, Alvorada e Caty exclusivamente de forma virtual, a fim de evitar aglomerações".  




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