Geral 08/06/2023

Brasil corre grave risco de entrada de doenças e pragas em vôos internacionais, afirma Anffa

sindicato afirma que em aeroportos do país a capacidade de atuação dos auditores fiscais está reduzida e pode piorar.



O aeroporto internacional de Maceió (AL) recebe por semana dois voos vindos de Portugal, com até 150 passageiros, cada. A bagagem deles, no entanto, não tem sido fiscalizada por falta de auditores agropecuários. A situação é a mesma nos aeroportos de Aracaju (SE) e Natal (RN). Segundo o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical), esse cenário aumenta o risco da entrada de doenças graves no país, a exemplo da peste suína africana. Falta de auditores agropecuários prejudica controle de doenças e pragas que chegam em voos internacionais, alerta sindicato Os auditores agropecuários são responsáveis por fiscalizar as bagagens dos passageiros de voos internacionais para identificar produtos de origem vegetal, como frutas e sementes, e de origem animal, como defumados e embutidos, proibidos no Brasil. Para se ter ideia, o vírus da peste suína africana pode permanecer por meses em alimentos. Embora não seja transmitida a humanos, a doença compromete a cadeia produtiva e, em larga escala, a economia de um país.

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