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Geral 02-12-2022 | 11:44:40

Após nível recorde, preço do leite ao produtor vem se acomodando, segundo relatório Itaú BBA

Segundo o documento, tamanha elevação dos preços até agosto ecorreu da retração da oferta, que foi da ordem de 8,8% no primeiro semestre de 2022 frente ao igual período do ano anterior, valendo lembrar que a captação de leite vem caindo desde meados de 2021, prejudicada primeiramente pela seca que afetou pastagens e lavouras no ano passado e num segundomomento pela forte elevação dos custos dos grãos.


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melhora dos termos de troca venha perdendo o ímpeto, o fator sazonal (época das chuvas e melhora das pastagens) passa a sustentar a oferta a partir do último trimestre, o que não deve levar a um nova redução da oferta em curto prazo.

Ainda assim, o ano deverá terminar com volume total de leite captado menor que o de 2021. Segundo o IBGE, a captação no terceiro trimestre cresceu 11% sobre o 2T 22 mas ainda foi 3,4% menor sobre o 3T 21.

Importações de produtos lácteos

Outro elemento que colaborou para a queda dos preços no setor nos últimos meses foram as importações, que avançaram bastante a partir de agosto. Somente no mês de outubro o


crescimento foi de 81% sobre out/21, num total de 167 milhões de litros equivalentes, segundo cálculos da Embrapa Gado de Leite. Neste ano, os preços domésticos de leite descolaram bastante dos internacionais (que vêm caindo desde o início do ano), o que também estimulou as importações.

Laticínios

Do ponto de vista da indústria, o cenário de “altos e baixos” foi ainda mais intenso, com a primeira metade do ano bem mais favorável, com os spread dos derivados melhorando diante dos repasses ao atacado acima da alta ocorrida ao produtor de leite, mas com forte inversão a partir de agosto, na medida em que os preços dos produtos lácteos despencaram.
Tomando a muçarela como exemplo, o spread (diferença de preços entre o queijo no atacado e o leite cru, considerando a quantidade necessária de matéria prima na fabricação) começou o ano próximo de 1,5 (dentro da média desde 2012), escalou até 1,81 em julho (um dos picos históricos) mas retrocedeu a 1,3 em outubro. Estes altos e baixos dificultam o planejamento de todos na cadeia mas, como a série histórica mostra, não é algo incomum no setor.

Olhando para frente

Os próximos dois meses serão de definição das produtividades da safra de verão brasileira, que segue sob influência da La Niña, mas que vem bem até aqui. Caso observemos novas perdas na produção de grãos da Região Sul, que é mais sensível, será difícil observamos alívios nos custos da ração, enquanto do lado do leite é de se esperar um período mais ofertado em função da época de chuvas na maior parte do país, além da condição atual razoável de rentabilidade do produtor.

Porém, este possível aumento da oferta não deve ser similar à reação vista a partir de setembro pois os preços recebidos vêm enfraquecendo, já estando distante das máximas de meados do ano, sobretudo se não houver um alívio dos custos. Do lado da demanda, não vislumbramos um cenário econômico muito favorável a ponto de observarmos novas altas dos preços dos derivados, a menos que tenhamos um sólido pacote de ajuda governamental, algo que não parece ser de fácil implementação.




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