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Feiras 15-02-2024 | 16:44:00

Festa da Uva começa hoje com o desafio de superar perdas com o clima

Quebra de produção na safra 2022/2023 chegou a 40% na Serra Gaúcha, com prejuízo de R$ 700 milhões


Por: Redação RuralNews


A expectativa dos organizadores é que o evento, que conta com mais de 400 expositores, reúna 500 mil visitantes e movimente R$ 250 milhões, impactando áreas como hotelaria, gastronomia, pontos turísticos, transporte de aplicativo, entre outros.A maior festa de Caxias do Sul terá uma extensa programação artística e cultural. Um dos destaques das atividades da área gastronômica será o Saguzaço, que tem a expectativa de servir uma tonelada de sagu.
Não menos apetitoso, também haverá o preparo de 800 quilos de polenta e a Uvada da Nona, com um tacho com capacidade para 200 quilos de chimia.
A Festa Nacional da Uva dará início às comemorações dos 150 anos da chegada dos italianos à Serra Gaúcha. Neste ano, o evento terá como tema Caminhos e Lugares, em alusão ao desembarque dos imigrantes que povoaram a região a partir de 1875.Para o presidente da Comissão Comunitária da Festa da Uva, Fernando Bertotto, a participação da comunidade é um dos aspectos mais importantes do evento.
“Somos um povo acolhedor, temos gastronomia farta, belíssimos lugares e grandes histórias. A festa é comunitária, feita com muito entusiasmo, arte e cultura. Fica nosso convite para celebrar esse evento que une tradição, inovação, paixão e muita história, com toda a alegria contagiante que envolve sua realização”, afirma.

Quebra na produção

A estrela da festa é a uva. Só que a safra 2023/2024 foi prejudicada pelo clima atípico do Rio Grande do Sul, que, sob a influência do fenômeno climático El Niño, teve fortes chuvas, granizo, poucos dias de frio, falta de sol e geadas tardias no ano passado. O resultado de tudo isso foram as doenças fúngicas, como o míldio e as podridões, que comprometeram boa parte das culturas.
“Ainda é precoce falarmos em percentuais de quebra, mas ela existe. Contudo, a qualidade se mantém. Nos últimos anos, as vinícolas têm buscado tecnologia para superar as condições climáticas desfavoráveis. Isso permite colher uvas de qualidade que vão dar origem a vinhos de boa qualidade”, destaca o presidente da Associação Brasileira de Enologia (ABE), Ricardo Morari.
O presidente do Instituto de Gestão, Planejamento e Desenvolvimento da Vitivinicultura do Estado do Rio Grande do Sul (Consevitis/RS), Luciano Rebelatto, estima uma quebra na produção que pode ficar entre 30% e 35% menor em comparação com o ano passado. A projeção e que a safra não alcance 500 mil toneladas. Em 2023, o total colhido foi de 680 mil toneladas da fruta. A Emater-Ascar RS aponta uma quebra ainda maior na produção de uva, de 40% na Serra Gaúcha que costuma colher, em média, 840 mil toneladas de uva. A Emater garante que o número que não deve chegar a 505 mil toneladas em 2024, um prejuízo estimado em cerca de R$ 700 milhões.
Porém, mesmo com uma safra que pode ser até 50% menor em relação ao ano passado por conta das intempéries climáticas dos últimos meses, a estimativa é de que ao menos 150 toneladas do produto sejam distribuídas gratuitamente aos participantes do evento.
Os maiores produtores de uvas de mesa do RS são Caxias do Sul, Bento Gonçalves e Farroupilha, e da indústria Flores da Cunha, Bento Gonçalves e Farroupilha. A Serra Gaúcha que responde por 52% da produção nacional da fruta.




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