Agro gaúcho tem quedas de até 100% nas exportações para os EUA
Exportações do Rio Grande do Sul em outubro mostram quedas significativas para os EUA, mas crescem em outros mercados
Exportações de carne, fumo e outros produtos impulsionam a receita, apesar das quedas nos volumes para os EUA. Foto: Divulgação
A Farsul divulgou os dados das exportações do Rio Grande do Sul referentes a outubro de 2025. Em comparação com o mesmo período de 2024, o Estado registrou um aumento de 3% no valor embarcado, passando de US$ 1,57 bilhão para US$ 1,62 bilhão, enquanto o volume total caiu 8%, de 2,7 milhões para 2,5 milhões de toneladas. Apesar da redução física, o crescimento na receita foi impulsionado principalmente pelos embarques de carne bovina, suína e fumo.
No total, o Rio Grande do Sul exportou US$ 2,1 bilhões no mês, sendo que o agronegócio respondeu por 74% desse montante. Em volume, o setor representou 91% das vendas externas do Estado. No acumulado entre janeiro e outubro de 2025, as exportações somam US$ 12,3 bilhões, resultado 1,7% inferior ao de 2024.
Impactos da disputa comercial com os EUA
As trocas com os Estados Unidos mostram contrastes significativos. Embora tenha ocorrido um aumento de 17% no valor exportado e de 145% no volume, esse salto está diretamente ligado à celulose. Em 2024, o Estado não havia enviado esse produto aos EUA; já em 2025, foram US$ 9 milhões e 27,6 mil toneladas, o que distorce a comparação.
Apesar disso, vários segmentos sofreram fortes impactos da disputa comercial. A carne bovina in natura registrou queda de 100% nas exportações para os EUA. Couros e peles bovinas crust perderam 95% em valor e 94% em volume. Couros preparados recuaram 41% e 29%, respectivamente. Já o fumo caiu 20% em valor, enquanto os pescados retraíram 55% em receita e 52% em volume. A madeira serrada também recuou, com quedas de 36% e 22%.
Ainda assim, alguns produtos mantiveram acesso ao mercado americano. A carne bovina industrializada subiu 52% em valor e 40% em volume. Calçados de couro, sebo bovino, produtos apícolas e papel também mostraram crescimento.
China e Filipinas ganham relevância
Além desse movimento, houve avanço importante nas exportações de carne bovina para China e Filipinas. Este último país também segue ampliando participação na compra de carne suína, já representando metade do valor e do volume exportado pelo Estado.
No caso do frango, apesar das perdas acumuladas ao longo do ano, por causa de problemas sanitários como Newcastle e gripe aviária, outubro apresentou leve recuperação. Houve aumento de 5% no valor e 9% no volume embarcado. Chile, Filipinas, Japão, Arábia Saudita e Iraque foram os destaques do mês.
O fumo também teve um salto relevante. Em outubro de 2025, o Rio Grande do Sul exportou US$ 300 milhões, valor 70% superior ao registrado no mesmo mês de 2024. Os principais destinos foram China, Indonésia, Armênia, Vietnã, Bélgica, Países Baixos e Turquia.
O arroz, por sua vez, mantém queda no valor exportado, mas aumentou 23% no volume. Frente a setembro, o crescimento chega a 83%. A expectativa é de que o setor encerre 2025 com saldo positivo.
Principais destinos das exportações
A Ásia, excluindo o Oriente Médio, permanece como o principal destino das exportações do agronegócio gaúcho, somando US$ 946 milhões e 1,62 milhão de toneladas no mês. Logo depois, vem a Europa, que contabilizou US$ 295 milhões, dos quais US$ 246 milhões tiveram como destino a União Europeia. Na sequência, o Oriente Médio aparece com US$ 128 milhões exportados.
Entre os países, a China lidera com US$ 634 milhões e 39% de participação. Na sequência vêm Indonésia (4,3%), Bélgica (4%), Filipinas (3,7%) e Vietnã (3%).
