Edição 79
20-05-2020 | 0:00:00
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Inovação na ovinocultura
Propriedade de Descanso de Ovinos para Abate (PDOA) apresentou bons resultados e animou criadores do MS
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Qualidade do produto e bem-estar animal
Além de facilitar a comercialização em escala maior e mais profissionalizada, o modelo da PDOA também apresenta, segundo os produtores rurais participantes, benefícios para a qualidade do produto final e para o bem-estar animal. Um desses benefícios é a melhor padronização dos lotes de animais a serem entregues aos frigoríficos.
“Ainda é difícil produzir ovinos de maneira uniforme em termos de precocidade, ganho de peso e no acabamento. Mas essa união de produtores ameniza essa dificuldade e faz com que possamos entregar lotes cada vez mais uniformes e padronizados. Com isso ganha o produtor, a indústria e o consumidor”, avalia a produtora rural Sônia Beretta.
O médico veterinário e ovinocultor Osvaldo Rodrigues, de Campo Grande (MS), que costuma encaminhar animais três vezes por ano para comercialização via PDOA, também vê vantagens para o bem-estar dos animais. “Se o veículo passa maior tempo para reunir um lote de animais, existe o risco daqueles já embarcados de sofrerem com sede ou fome. Temos compradores até mesmo de estados vizinhos, como São Paulo, e essa formação de lotes facilita”, afirma.
O modelo da PDOA também pode ser positivo por concentrar a inspeção sanitária em um só local, favorecendo a rastreabilidade dos produtos comercializados. No dia programado para o embarque é obrigatória a presença de um fiscal estadual agropecuário para avaliar condições sanitárias de acordo com as normativas de defesa agropecuária locais.
Com o modelo criado, é possível ter funcionalidades, como a emissão conjunta de Guia de Trânsito Animal (GTA) e Nota Fiscal, de modo a formalizar a comercialização de cordeiros em escala, para posterior destinação ao abate em frigoríficos inspecionados. “Esse modelo fomentou o abate e o comércio, pois existia uma dificuldade muito grande na comercialização de ovinos. A cadeia já se estruturou melhor e os produtores conseguem negociar valores com os frigoríficos, além de suprir também restaurantes e comércios locais”, destaca a médica veterinária Suzana Ortega, coordenadora do programa de caprinos e ovinos da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro).
Opinião
Paulo Vallini, presidente da C-Victa e ovinocultor, elogiou iniciativa. Segundo ele, a prática é importante para a cadeia de produção e que com ela será conseguido uma padronização de carcaças e um volume de abate.
“Assim, os abatedouros conseguem atender melhor o mercado e o produtor também consegue se organizar melhor, tendo uma renda constante”, declarou.