Economia
21-12-2020 | 20:40:00
Por: Redação RuralNews
Ipea projeta 4,3% de queda do PIB e 4,4% de inflação em 2020
Análise divulgada nesta segunda-feira (21) destaca a importância do equilíbrio fiscal
Por: Redação RuralNews
Na avaliação por componente, o PIB agropecuário teve crescimento projetado em 2,3% para 2020 e em 1,5% para 2021. O PIB da indústria deve apresentar queda de 3,5% no ano que se encerra e alta de 5% em 2021. Há estimativa de queda de 4,7% para o PIB dos serviços neste ano e expansão de 3,8% no ano que vem - impulsionado pela expectativa de imunização em massa da população.
O Grupo de Conjuntura do Ipea revisou a taxa de inflação de 3,5% para 4,4% em 2020. A expectativa é de que os preços dos serviços encerrem este ano com uma variação positiva de 2,0%. Já os preços monitorados devem apresentar alta de 2,5%, e os bens livres (exceto alimentos) de 2,6%. Em relação a 2021, a projeção de inflação passou de 3,3% para 3,4%.
As estimativas para a atividade da economia em novembro indicam crescimento da produção industrial de 1,8% na série sem efeitos sazonais, enquanto as vendas no comércio e o volume de serviços teriam registrado altas de 1,7% e 2,5%, respectivamente.
O desequilíbrio fiscal continua sendo um grande desafio para a economia brasileira. O aumento de gastos para reduzir os efeitos da pandemia de Covid-19 deve produzir um déficit primário da ordem de 12% do PIB em 2020, levando a dívida pública para mais de 90% do PIB. Os gastos autorizados pela União no enfrentamento à pandemia foram de R﹩ 508,38 bilhões no acumulado de março a dezembro - sendo R﹩ 328,70 bilhões de investimentos em assistência social. O cumprimento do teto de gastos em 2021 exigirá um grande esforço de articulação para viabilizar as políticas públicas num contexto de forte compressão das despesas discricionárias.
Nessa edição, a análise da conjuntura incluiu indicadores relacionados à dinâmica epidemiológica da Covid-19 no Brasil. A partir de novembro, a pandemia entrou em uma nova fase de aumento dos números de casos confirmados e de óbitos por Covid-19 no país. O aumento recente dos casos e óbitos ocorreu na maior parte das regiões, mas afetou de forma particularmente relevante as regiões Sul e Sudeste. No caso da região Sul, os números de casos novos e de óbitos por 100 mil habitantes atingiram em dezembro seus maiores valores desde o início da pandemia. No Sudeste, a taxa de novos casos por 100 mil habitantes vem crescendo e atingiu 17,4 no período de sete dias encerrado em 17 de dezembro, já próxima do pico anterior observado em agosto (19,6).
O texto menciona que é possível que a evolução da crise sanitária leve alguns estados ou municípios a retomarem medidas de restrição a certas atividades econômicas e sociais, o que poderia desacelerar a retomada em alguns segmentos, notadamente no setor de serviços. "A dificuldade de se prever a evolução da pandemia e os desafios do processo de consolidação fiscal são as principais fontes de incertezas para as projeções de crescimento da economia brasileira em 2021", sinalizou o diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea, José Ronaldo Souza Júnior.