Economia 13-05-2021 | 16:07:00

Guiana quer apoio do Brasil para impulsionar liderança agrícola no Caribe

A ministra de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil, Tereza Cristina, e o ministro de Agricultura da Guiana, Zulfikar Mustapha, se reuniram para iniciar uma ampla agenda de cooperação. O diretor-geral do IICA, Manuel Otero, participou do encontro.


Por: Redação RuralNews


“Na pauta está a possibilidade de cooperação nas áreas de defesa agrícola, assistência técnica, pesquisa e ações para a agricultura familiar”, disse a ministra brasileira após o encontro. O ministro Mustapha, por sua vez, manifestou interesse em aumentar a atual cota de 10.000 toneladas de exportações de arroz para o Brasil, em assinar um acordo com a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), para treinamento especializado em biotecnologia e agro-processamento, e em receber apoio nos projetos de desenvolvimento da indústria da cana-de-açúcar.
Além disso, ele indicou que o terminal marítimo da Guiana pode ser uma futura alternativa ao escoamento de produtos brasileiros para os mercados internacionais. “Queremos transformar nosso setor agrícola e precisamos do apoio de parceiros como o IICA, para a cooperação técnica, e do Brasil para realizar as transformações que buscamos. Acho que esta será a primeira de outras reuniões para lançar as bases dessa cooperação para que ela possa ser implementada ", disse Mustapha, que informou ainda que o governo da Guiana está realizando reuniões com potenciais investidores brasileiros tanto no setor agrícola como em outros setores.

O Diretor-Geral do IICA, Manuel Otero, lembrou que “o Brasil se tornou um dos países mais importantes do planeta em termos de produção e comércio agrícola e a Guiana ainda tem um longo caminho a percorrer, mas pode se tornar um importante fornecedor de alimentos, principalmente para o Caribe e depois para outros mercados”. Mustapha indicou que a Guiana é o líder agrícola no bloco da Comunidade do Caribe (Caricom) e, portanto, um país-chave para a segurança alimentar regional. “Nosso presidente, Mohamed Irfaan Ali, lidera um grupo de trabalho com vários ministros do Caricom para implementar a agenda de segurança alimentar no Caribe”, disse ele.

A ministra Tereza Cristina listou entre as prioridades da cooperação com a Guiana o combate regional à mosca da carambola, o aprofundamento dos acordos de complementação econômica entre os dois países e a emissão de um certificado sanitário internacional que permitiria ao Brasil retomar as exportações de carnes ao país do Norte do Sul América. Na área comercial, além de importar arroz, o Brasil poderia importar castanha de caju, limão, mandioca, suco de limão, suco de caju, soja e amendoim da Guiana, e exportar óleo de soja, açúcar, chocolates, outros doces e ração. “Foi uma reunião em que o IICA voltou a exercer sua condição de instituição ponte, unindo países, contribuindo para a construção de bens públicos supranacionais, e como resultado foram identificados uma série de temas que darão origem a uma agenda de cooperação binacional”, afirmou Otero.
O diretor-geral do IICA também destacou três aspectos que unem o Brasil e a Guiana: “Uma enorme fronteira de 1.600 quilômetros, o fato de ambas, em sua escala, serem potências agrícolas, e ambas compartilharem a identidade amazônica. O papel do IICA é transformar esta reunião, por meio de seus representantes, em uma agenda de cooperação técnica para países, instituições e agricultura ”. A reunião contou com a presença dos representantes do IICA no Brasil e da Guiana, Gabriel Delgado e Wilmot Garnett, e do Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, Guy de Capdeville, além de autoridades de diferentes áreas dos dois países e diplomatas. 

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