Comércio exterior pode fortalecer o agronegócio em 2022

A perspectiva para 2022 é positiva para a exportação no agronegócio, principalmente com a alta dos preços internacionais e a demanda aquecida no mercado externo. É isso que explica Fábio Pizzamiglio, diretor da Efficienza, empresa de assessoria no comércio exterior. “Temos uma perspectiva de crescimento das exportações para o nosso agronegócio, principalmente quando consideramos o atual cenário internacional. Acredito que teremos um saldo positivo, que poderá ser observado já no próximo semestre”, declarou Pizzamiglio.

Alguns fatores colaboram para a alta demanda e o valor das commodities, como é o caso de fenômenos naturais e a Guerra na Ucrânia. Considerando isso, Fábio Pizzamiglio afirma que é necessária atenção com o futuro das exportações para os mercados asiáticos, principalmente a China. “Podemos acompanhar que a China novamente teve que adotar restrições relacionadas a variantes da Covid-19, o setor tem que estar atento a estas questões, se preparando para eventuais problemas. A Ásia tem grande importância para as exportações do agronegócio brasileiro”, explica.

Outro ponto que merece atenção, segundo Fábio, é a relação entre a exportação nacional com a Guerra na Europa. O conflito interfere diretamente nos mercados e na produção em todo o mundo. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostrou que países próximos ao conflito, como a Bulgária e Hungria, reduziram ou suspenderam exportações de grãos com o objetivo de atender o mercado interno, por exemplo.  “Temos um potencial para o crescimento das nossas exportações em 2022, podemos ver uma expansão ainda maior este ano. Claro, sempre observando as possíveis variações que possam ocorrer pelo mundo e, ao mesmo tempo, acompanhando com olhos abertos a variação do valor da nossa moeda em relação ao dólar”, completa. 

O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro já demonstrou crescimento no último ano, registrando um aumento de 8,36%. O setor tem a participação de 27,4% de todo o PIB brasileiro, a maior porcentagem desde 2004.