Publicidade
Economia 12-08-2021 | 18:00:00

CNA participa de audiência pública sobre infraestrutura e logística do agro

A primeira audiência abordou as ações para a duplicação da Rodovia BR-364, que liga Porto Velho (RO) a Comodoro (MT) e para o reasfaltamento da BR-319, que liga Manaus (AM) a Porto Velho (RO).


Por: CNA - Confedera


O debate foi sugerido pelo presidente da Comissão, senador Acir Gurgacz (PDT/RO) e irá tratar do tema em três etapas. A primeira audiência abordou as ações para a duplicação da Rodovia BR-364, que liga Porto Velho (RO) a Comodoro (MT) e para o reasfaltamento da BR-319, que liga Manaus (AM) a Porto Velho (RO).
A assessora técnica da Comissão Nacional de Logística e Infraestrutura da CNA, Elisangela Pereira Lopes, frisou a necessidade de infraestrutura e a relevância da BR-364 para a movimentação dos grãos que estão situados especialmente na região do Mato Grosso e em parte na região de Rondônia.

“É um corredor muito relevante, intermodal, com a junção de dois meios de transporte, a BR-364 e o rio Madeira, que proporciona menores custos de transporte já que se utiliza o meio hidroviário, que chega a ser 30% do valor referencial do rodoviário, viabilizando a movimentação das commodities agrícolas. É um corredor que consideramos essencial para movimentação de grãos e para atender a oferta do sistema portuário do Arco Norte. Hoje são movimentadas 4,5 milhões de toneladas de grão no porto de Porto Velho.”

Elisangela destacou também a importância da BR 319 que foi criada na década de 70 e atualmente passa por estudos ambientais para obter licença e ser reestabelecida.
“Houve decréscimo de investimentos federais para manutenção em rodovias. Em 2010 foram investidos R$ 17,86 bilhões de reais em rodovias, e no último ano, somente R$ 6,74 bilhões, sendo que o DNIT estima a necessidade de R$ 9 bilhões por ano” Em 20 anos de existência do DNIT, esse é o menor registro orçamentário”.

O agronegócio tem crescido exponencialmente, mas a infraestrutura não tem acompanhado o esforço diário do produtor rural no campo. Da porteira para dentro somos competitivos, mas fora enfrentamos problemas como esses,” afirmou.

Elisangela reforçou que o governo federal deve voltar os olhos para o setor de infraestrutura e garantir investimentos para que as rodovias tenham os recursos necessários para manutenção e, assim, os produtores poderão expor seus produtos de forma competitiva com o mercado internacional”.
Ela fez uma apresentação da evolução anual (2009 a 2020) da produção de soja e milho, destacando que são produtos carros-chefes das regiões de novas fronteiras agrícolas como Mato Grosso e do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).

“São produtos indutores de crescimento e desenvolvimento regional, mas a infraestrutura não tem acompanhado essa expansão na mesma velocidade”, disse.

Segundo ela, em 2009, acima do Paralelo 16, a produção foi de 56 milhões de toneladas e hoje já alcança 148,6 milhões.
“Ou seja, quase triplicou em cerca de 11 anos, um crescimento de 8,4 milhões de toneladas por ano nas regiões acima do Paralelo 16 e a tendência é que cresça cada vez mais, por isso a necessidade latente de investimentos em infraestrutura.”


Elisangela mostrou gráficos do crescimento da produção e ressaltou que a exportação também foi expressiva, embora a tendência de curva de crescimento seja singela em relação à ascensão.


“Em 2009 exportávamos cerca de 7 milhões de toneladas pelo Arco Norte e hoje são aproximadamente 42 milhões de toneladas. A tendência é de continuar crescendo enquanto que os portos do Sul apresentam estagnação. O escoamento pelo Arco Norte é de 3,2 milhões de toneladas ao ano, com potencial de expansão a depender dos recursos empregados em acesso aos portos públicos ou terminais portuários.”


De acordo com ela, a CNA tem mantido contato frequente e se reunido com os órgãos responsáveis para contribuir com a solução dessas questões. A interlocução entre a CNA e o Ministério da Infraestrutura e do DNIT é estreita e há reconhecimento dos esforços governamentais para reduzir os custos com a logística. Muitos pleitos já foram atendidos, como a conclusão da BR-163 que resultou em redução de custos de transporte de 26%.


Elisangela ressaltou que a Confederação aposta no Plano Nacional de Logística (PNL 2035) que está sendo elaborado pela Empresa de Planejamento e Logística (EPL) e poderá representar plano de Estado que garantirá investimentos a longo prazo.


“Mas de fato sabemos que todos esses esforços ainda não são suficientes para garantir aquilo que o produtor precisa. É fundamental que continuemos unindo esforços para garantir que não apenas as cargas, mas que as pessoas também possam se movimentar em todas as estradas do País”.


A audiência pública também contou com a participação de representantes do Ministério da Infraestrutura, do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), da Empresa de Planejamento e Logística S.A (EPL), da Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja) de Mato Grosso e Rondônia e do Movimento Pró-Logística de Mato Grosso.

TAGS: Infraestrutura




Publicidade