Coronavírus
28-04-2020 | 0:00:00
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Garantir o abastecimento de alimentos a grupos vulneráveis e fortalecer circuitos curtos de comercialização, essenciais do setor agroalimentar da América Central e República Dominicana para enfrentar os desafios da Covid-19
Também é vital reforçar o papel da agricultura familiar e impulsionar o comércio intrarregional, afirmou o Diretor Geral do IICA em um fórum virtual organizado com a Federação Centro-americana de Câmaras Agropecuárias e Agroindustriais (FECAGRO).
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Os impactos da Covid-19 no setor agroalimentar destas nações, integrantes da Federação Centro-americana de Câmaras Agropecuárias e Agroindustriais (FECAGRO), foram analisados em um seminário virtual organizado em conjunto com o IICA.
Otero participou do painel de especialistas, assim como a líder das Alianças Regionais para Sistemas Alimentícios do Fórum Econômico Mundial, María Elena Varas; e o presidente da Câmara Nacional Agropecuária e Agroindustrial de Costa Rica e membro da Junta Diretiva de FECAGRO, Juan Rafael Lizano.
“Deve-se garantir a sustentabilidade da produção agropecuária, reforçar o papel da agricultura familiar, o comércio internacional e o trânsito de mercadorias, dar ênfase ao comércio eletrônico, o encolhimento de países exportadores de produtos agropecuários, alimentícios e insumos versus a alta demanda dos importadores de tais mercadorias, e assegurar a cadeia de valor desde a produção até o acesso aos alimentos por parte da população”, argumentou o Diretor Geral do IICA.
“Há de se prestar atenção ao financiamento, o endividamento e a moratória de créditos do setor agropecuário dando incentivos econômicos e fiscais; necessitamos fazer muita inteligência e vigilância sanitária prospectiva porque os novos tempos estarão caracterizados por outras surpresas e deve-se continuar cumprindo com as normativas e requerimentos, sem inventar barreiras não tarifárias”, acrescentou Otero.
O titular do organismo especializado em cooperação internacional para o setor agropecuário reafirmou que é fundamental alavancar a capacidade de produção de alimentos básicos como grãos, cereais, tubérculos, carnes, lácteos, azeites e açúcar, porque na raiz da crise “há mudanças na composição da demanda”.
No fórum virtual, Otero ressaltou que para resolver estes desafios é preciso avançar para uma agricultura digital, na qual se potencialize a inovação e o uso de mais tecnologias e ciência.
Também destacou que é hora de reconhecer, de uma vez por todas, o setor agrícola e a ruralidade como um setor estratégico.
“Basta de colocá-lo no banco dos réus, como o responsável por um monte de coisas. Pedimos ao setor agropecuário que nos apoie para defendê-lo como um setor estratégico que requer políticas de longo prazo, orçamentos e recursos humanos afins, para o qual é crucial o envolvimento dos aliados dos setores público, privado e da sociedade civil. Para mais crise, mais cooperação internacional”, concluiu.
Por sua parte, María Elena Varas, do Fórum Econômico Mundial, manifestou: “Há um sentido de urgência para gerar ações imediatas e construir sistemas mais resilientes no longo prazo, não só para responder ao que suscita a Covid-19, mas também a futuros choques. O foco está em construir sistemas alimentares sustentáveis, inclusivos, eficientes, nutritivos e saudáveis, alinhados aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável”.
Juan Rafael Lizano, de FECAGRO, relembrou que produtos como café e açúcar estão com negociação muito baixa; e flores, plantas ornamentais e folhagem, melão, abacaxi, melancia e manga sentiram as pressões da crise devido ao novo coronavírus.
“O que vejo mais incerto e o que preocupa são os mercados. Isso é o que pedimos: entrar nos mercados para colocar a produção”, afirmou Lizano.
Sobre o IICA
É o organismo internacional especializado em agricultura do Sistema Interamericano. Sua missão é estimular, promover e apoiar os esforços de seus 34 Estados-membros para alcançar o desenvolvimento agrícola e o bem-estar rural, por meio da cooperação técnica internacional de excelência.