Brasil ainda será conhecido como país do milho, segundo Paulo Bertolini
O presidente da Abramilho afirmou durante o congresso da entidade, que o Brasil é hoje o terceiro maior produtor mundial do cereal e possui níveis tecnológicos e potencial para ser conhecido em breve como país do milho
O milho é o cereal mais produzido no mundo e, no Brasil, tem ganho grande importância nos últimos anos. "O país não era autosuficiente e importava milho e num período curto se tornou o terceiro maior produtor de milho e o segundo maior exportador do cereal", afirmou Paulo Bertolini, presidente da Abramilho, durante o congresso da entidade que aconteceu em Brasília no dia 14/05.
Em entrevista exclusiva para o portal RuralNews, ele falou sobre o potencial do país em se tornar referência e destaque mundial na produção de milho. Paulo enfatizou que hoje a chamada "safrinha", ou segunda safra, já se tornou maior que a primeira safra graças às boas práticas agrícolas e a biotecnologia. Ele também destacou que o produtor de milho brasileiro, que produz cerca de 125 a 130 milhões de toneladas, encontrou neste momento mais uma oportunidade de fortalecimento que é a produção de etanol.
"Quase 20 milhões de toneladas de milho são processadas pela indústria do etanol, criando um combustível renovado, um biocombustível que gera subprodutos, como o DDG, que é muito rico em proteína e serve como nutrição animal, principalmente de ruminantes", enfatizou o dirigente.
A indústria do etanol tem dado viabilidade às fronteiras agrícolas que não tem ainda condições adequadas e que o custo de produção é muito alto e desestimulante. "Uma vez instalada, essa indústria gera uma outra forma de comercializar o cereal", salientou.
Mas o setor tem uma série de desafios que deve vencer para manter a dinâmica de crescimento dos últimos anos, e o principal é a falta de infraestrutura. "Hoje temos um déficit de armazenagem de 120 milhões de toneladas, ou seja, não temos lugar para guardar, limpar, segregar, nem armazenar de forma segura a nossa produção", destacou. Segundo ele, temos apenas 15% de capacidade estática de armazenagem nas fazendas e o país precisa crescer muito nesse número, principalmente na pequena e média propriedade.