Os preços da soja iniciaram a manhã de quarta-feira, 15/02, em queda na Bolsa de Chicago (CBOT) – menos 11 cents, a U$ 15,26/março. Ontem houve perdas de 5 pontos. O momento de pressão é justificado pelo avanço da colheita no Brasil e por chuvas em pontos importantes de cultivo da Argentina e do sul do Brasil; pesa também a valorização do dólar e a queda do preço do petróleo.
Segundo o analista de mercado, Camilo Motter da Corretora Granoeste, de Cascavel/PR, a grande produção brasileira, prevista em 153,0MT, deverá resultar num expressivo recorde de exportações, estimadas pela Conab em 93,9MT, ante 78,9MT do último ciclo. A grande oferta tem derrubado os prêmios nos portos brasileiros e contido o avanço dos preços na CBOT.
As previsões da ANEC indicam que as exportações iniciam o ano comercial muito aceleradas. Para fevereiro entre 9,0 / 9,5MT devem deixar o país – volume similar àquele verificado em fevereiro do ano passado. O diferencial deste ano está no atraso da colheita que, segundo a Conab está em 15,4%, ante 25% do mesmo ponto de 2022.
Motter saliente que internamente, os preços se veem pressionados e giram no pior nível em meses. Isto deixa o fluxo lento, depois de certa melhora no ritmo de negócios. O avanço da colheita e a perspectiva de safra cheia impõem perdas adicionais aos prêmios, que chegam a ser cotados no campo negativo. O câmbio tem feito certo contraponto nos últimos dias, mas nada mais significativo. O custo do transporte não para de surpreender.