Soja recua em Chicago e mercado acompanha clima e China

As negociações entre China e EUA continuam marcadas por incertezas. A promessa de aquisição de 12 milhões de toneladas ainda está distante de ser cumprida e, até agora, não há confirmação oficial de Pequim sobre o compromisso. As estimativas apontam que apenas 3,5 milhões de toneladas foram efetivamente negociadas. Além disso, o ambiente permanece carregado por fatores geopolíticos, reforçando a cautela dos agentes.
Na semana passada, a China rejeitou uma carga de soja brasileira ao identificar, no fundo dos porões, trigo contaminado com pesticidas. O episódio adicionou mais tensão ao mercado internacional. Ainda assim, os operadores acompanham também as condições climáticas na América do Sul. Regiões que enfrentavam seca receberam volumes mais consistentes de chuva nos últimos dias. Apesar de algumas irregularidades, o clima não apresenta risco significativo neste momento.

Safra brasileira avança, mas abaixo da média histórica

O plantio da safra brasileira atingiu 87,6%, abaixo dos 91,6% observados no mesmo período do ano passado e da média histórica de 90%, conforme levantamento da Safras. No Mato Grosso, o Imea aponta avanço de 99,7%. No Paraná, o Deral projeta produção de 21,96 milhões de toneladas, 4% acima das 21,2 milhões colhidas no ciclo anterior, com área praticamente estável em 5,78 milhões de hectares.

Nos portos, os prêmios permanecem pressionados. No spot, ficam entre 75 e 90 pontos. Para janeiro, as indicações variam de 10 a 40 pontos; e para março e abril, de -20 a -5. As referências de compra no oeste do Paraná seguem entre R$ 132,00 e R$ 134,00. Em Paranaguá, as indicações estão entre R$ 142,00 e R$ 144,00, com variações conforme o prazo de pagamento e, no interior, também conforme o local e o período de embarque.
Texto publicado originalmente em Notícias