Safra recorde derruba preços do arroz e pressiona renda do produtor
Oferta elevada pressiona cotações e reduz rentabilidade dos produtores, enquanto governo lança medidas emergenciais para equilibrar o setor
Por: Redação RuralNews
Com isso, a oferta ficou muito acima da demanda, o que reduziu as margens e dificultou o escoamento da produção. O consumo interno, estimado em 11 milhões de toneladas, cresceu apenas 5%. Assim, os estoques ultrapassaram 2 milhões de toneladas, número quatro vezes superior à média dos anos anteriores.
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Para conter os efeitos da desvalorização, a Conab anunciou, em outubro, um pacote emergencial de R$ 300 milhões. O objetivo é retirar até 630 mil toneladas do mercado por meio de mecanismos como PEP, Pepro e Aquisições do Governo Federal (AGF). Esses programas buscam reduzir a pressão sobre os preços, que estão abaixo do mínimo de R$ 63,64 por saca.
As exportações de arroz somaram 857 mil toneladas entre janeiro e setembro, um aumento de 9,6% em relação a 2024. No entanto, o volume ainda está abaixo da média dos últimos anos. Isso ocorre porque a valorização do real e a concorrência internacional, especialmente com os Estados Unidos, reduziram a competitividade do cereal brasileiro.
Por outro lado, as importações seguem firmes. O Paraguai responde por 72% do total importado, enquanto o Uruguairepresenta cerca de 20%. Essa movimentação reflete a boa produção nos países do Mercosul e os preços mais atrativos ao consumidor brasileiro.
No cenário global, a produção mundial de arroz deve alcançar 541 milhões de toneladas em 2025/26. O recorde é liderado pela Índia, que retomou as exportações e aumentou a pressão sobre as cotações internacionais.
Com margens reduzidas e estoques elevados, o setor tende a desacelerar no próximo ciclo. A área plantada deve cair 5,7%, e a produção recuar cerca de 10%, para 11,5 milhões de toneladas. Esse resultado reflete o menor uso de tecnologia e insumos, consequência direta da rentabilidade baixa.
Mesmo assim, a oferta continuará superior à demanda. A Conab projeta estoques de 1,8 milhão de toneladas, considerando exportações de 2,1 milhões de toneladas. O fenômeno La Niña não deve causar grandes impactos na região Sul, já que a maior parte das lavouras é irrigada.
De acordo com o Itaú BBA, a recuperação do mercado dependerá da retomada das exportações e de uma melhora gradual na rentabilidade do produtor. Entretanto, o cenário segue desafiador, com baixa liquidez e poucas perspectivas de alta no curto prazo.
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Texto publicado originalmente em Notícias
Para conter os efeitos da desvalorização, a Conab anunciou, em outubro, um pacote emergencial de R$ 300 milhões. O objetivo é retirar até 630 mil toneladas do mercado por meio de mecanismos como PEP, Pepro e Aquisições do Governo Federal (AGF). Esses programas buscam reduzir a pressão sobre os preços, que estão abaixo do mínimo de R$ 63,64 por saca.
Produção recorde aumentou a oferta e levou o arroz ao menor preço dos últimos anos. Foto: Canva
Exportações e competitividade
As exportações de arroz somaram 857 mil toneladas entre janeiro e setembro, um aumento de 9,6% em relação a 2024. No entanto, o volume ainda está abaixo da média dos últimos anos. Isso ocorre porque a valorização do real e a concorrência internacional, especialmente com os Estados Unidos, reduziram a competitividade do cereal brasileiro.
Por outro lado, as importações seguem firmes. O Paraguai responde por 72% do total importado, enquanto o Uruguairepresenta cerca de 20%. Essa movimentação reflete a boa produção nos países do Mercosul e os preços mais atrativos ao consumidor brasileiro.
No cenário global, a produção mundial de arroz deve alcançar 541 milhões de toneladas em 2025/26. O recorde é liderado pela Índia, que retomou as exportações e aumentou a pressão sobre as cotações internacionais.
Perspectivas para 2025/26
Com margens reduzidas e estoques elevados, o setor tende a desacelerar no próximo ciclo. A área plantada deve cair 5,7%, e a produção recuar cerca de 10%, para 11,5 milhões de toneladas. Esse resultado reflete o menor uso de tecnologia e insumos, consequência direta da rentabilidade baixa.
Mesmo assim, a oferta continuará superior à demanda. A Conab projeta estoques de 1,8 milhão de toneladas, considerando exportações de 2,1 milhões de toneladas. O fenômeno La Niña não deve causar grandes impactos na região Sul, já que a maior parte das lavouras é irrigada.
De acordo com o Itaú BBA, a recuperação do mercado dependerá da retomada das exportações e de uma melhora gradual na rentabilidade do produtor. Entretanto, o cenário segue desafiador, com baixa liquidez e poucas perspectivas de alta no curto prazo.
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