Café 16-08-2025 | 14:27:00

Safra de café de 2025 tem menor rendimento e desafios para 2026

Safra de café 2025 tem menor rendimento e desafios para 2026 devido a chuvas irregulares, geadas e granizo

Por: Redação RuralNews

Segundo Guilherme Vinicius Teixeira, coordenador do Departamento de Geoprocessamento da Cooxupé, a safra começou a se formar em 2023, mas a florada atrasou devido à demora nas chuvas, que só chegaram em outubro de 2024. Entre fevereiro e abril, a redução da precipitação prejudicou a granação, afetando o peso e a densidade dos grãos. Assim, o rendimento final foi menor, e os produtores precisaram processar mais café para obter o mesmo volume beneficiado.
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Além disso, o déficit hídrico prolongado aumentou a queda de chumbinho e gerou maior incidência de café moca, grãos menores e de menor qualidade. Teixeira destacou que eventos de granizo e geada, principalmente na média mogiana paulista e no Sul de Minas, também impactaram a produção.
Geadas, granizo e chuvas irregulares afetam a produção da safra de café 2025. Foto: Canva


Perspectivas para a safra 2026



Para 2026, o especialista prevê desafios devido ao atraso das chuvas, que reduziram o crescimento dos ramos e, consequentemente, o potencial produtivo. Lavouras de sequeiro registraram média de 11 nós e irrigadas, 14. Por outro lado, como a colheita da safra 2025 ainda ocorre em algumas regiões, é cedo para estimar o volume final, mas já se espera impacto na produtividade.

Em contrapartida, projeções para 2027 indicam chuvas mais precoces, podendo favorecer um início antecipado do ciclo vegetativo e maior potencial produtivo, desde que as condições climáticas se mantenham favoráveis.

Previsões climáticas e influência da La Niña



Marco Antonio dos Santos, agrometeorologista da Rural Clima, destacou que o ciclo 2025/26 apresenta condições melhores que 2024. "As chuvas devem chegar mais cedo, criando ambiente mais úmido para a florada", disse. Ele reforçou que temperaturas mais amenas e estáveis, associadas à possível La Niña em novembro, podem favorecer peso e produtividade dos grãos.

No entanto, alertou para múltiplas floradas, que não afetam a produtividade, mas podem comprometer a qualidade. Assim, o acompanhamento próximo das lavouras continua essencial.

Manejo fisiológico do café



O professor José Donizeti Alves, da UFLA, reforçou que atenção às quatro fases do café — vingamento, chumbinho, expansão dos frutos e granação — é crucial. Ele recomendou antecipar ações de manejo e aprofundar o sistema radicular para que as raízes acessem água em camadas mais profundas, reduzindo o estresse hídrico e estimulando um ciclo produtivo mais eficiente.

Para 2026, Alves destaca a importância do manejo preventivo e sustentável, garantindo que a planta suporte variações climáticas e mantenha a produtividade, mesmo diante de intempéries.

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Café - Safra de café - Rendimento


Texto publicado originalmente em Capa
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