Plano Safra 02-07-2025 | 14:06:00

"Plano Safra é mais uma peça de marketing do que uma política efetiva", diz Pedro Lupion

Presidente da FPA diz que governo controla só 22% dos recursos e transfere custos ao produtor

Por: Redação RuralNews

“O governo anuncia crédito recorde, mas transfere o custo para o produtor. O verdadeiro recorde está no valor dos juros, que pode ultrapassar R$ 58 bilhões”, criticou Lupion. Ele também alertou para o corte na equalização de taxas: dos R$ 13,5 bilhões previstos, R$ 9,5 bilhões são para agricultura familiar e só R$ 3,9 bilhões para a agricultura empresarial.
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Segundo o deputado, na safra passada foram prometidos R$ 138 bilhões com juros controlados, mas só R$ 92,8 bilhões foram executados. Agora, o valor anunciado caiu para R$ 113,8 bilhões, o que representa um recuo em relação ao plano anterior.
Pedro Lupion, presidente da FPA, aponta que juros elevados e baixa execução orçamentária comprometem a efetividade do Plano Safra 2025/26. Foto: FPA/divulgação


Outro ponto de preocupação é a proposta de tributação das Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs), que financiaram até 43% da última safra. Para Lupion, essa medida ameaça o principal mecanismo de crédito do agro. “Mexer nas LCAs é atacar o coração do crédito rural. Isso gera insegurança e reduz a liquidez do sistema”, afirmou.

A ausência de menções ao seguro rural também foi criticada. De R$ 1 bilhão previsto no orçamento, apenas R$ 67 milhões foram executados até o momento. “Sem seguro, o produtor fica desprotegido. Depois, o país precisa lidar com renegociações e dívidas”, apontou.

Embora tenha elogiado pontos como o aumento do limite do PRONAMP e do PCA, Lupion responsabilizou a política fiscal do governo pelos juros elevados. “A Selic subiu porque o governo perdeu o controle dos gastos. O produtor paga por isso com crédito mais caro e menos acesso”, afirmou.



A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) também apresentou um conjunto de propostas com foco na contenção de gastos públicos e no fortalecimento do setor agropecuário. Entre as sugestões estão a transferência do Cadastro Ambiental Rural (CAR) para o Ministério da Agricultura, a redução do número de ministérios atualmente existentes, o fim dos supersalários e das verbas indenizatórias, além da reestruturação do uso de imóveis públicos para reduzir despesas com aluguéis e gerar receita. Na área econômica, a FPA defende ainda a prorrogação da alíquota zero do IOF-Câmbio até 2030, a garantia de segurança jurídica para operações de crédito rural com risco sacado e a manutenção da isenção da cesta básica como medida de combate à inflação.

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Texto publicado originalmente em Notícias
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