Trigo 13-06-2025 | 9:30:00

Produção de trigo no Sul do Brasil tem projeções divergentes entre os estados

Enquanto Rio Grande do Sul e Santa Catarina devem colher menos, Paraná surpreende com estimativa otimista de alta de 10,7%

Por: Redação RuralNews

No Rio Grande do Sul, o plantio segue em ritmo forte, com expectativa de que até 25% das áreas estejam semeadas até o final desta semana. No entanto, representantes do setor — incluindo cerealistas, cooperativas e sementeiros — estimam que a área plantada não deve ultrapassar 1 milhão de hectares, número inferior à previsão oficial da Conab, que aponta para 1,28 milhão de hectares. Caso confirmado, será a menor área desde 2020. Esse recuo preocupa o mercado e indica que a produção no estado deverá ser menor do que a estimativa oficial.
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Já em Santa Catarina, a Conab projeta uma queda de 6,3% na produção de trigo, mesmo com aumento de 2% na área plantada. A redução é atribuída a uma expectativa de queda de 8,1% na produtividade, de acordo com relatos do setor. A venda de sementes também recuou — sementeiros relatam uma redução de cerca de 20% em relação ao ano anterior, sinalizando menor interesse na cultura para esta temporada. Os moinhos indicaram preços entre R$ 1.420 e R$ 1.430 CIF, enquanto negócios pontuais com sobras de semente chegaram a R$ 1.500 FOB.
Estimativas indicam queda na produção de trigo no RS e SC, mas Paraná projeta aumento puxado por ganho de produtividade. Foto: Canva


No Paraná, em movimento oposto, a Conab estima um aumento de 10,7% na produção de trigo, mesmo diante de uma redução de 20,5% na área plantada. O otimismo da estatal se baseia em uma estimativa de alta de 39,2% na produtividade, algo visto como exagerado por analistas do setor. No mercado atual, a semana continuou com baixa liquidez. Produtores pedem no mínimo R$ 1.550/t FOB, enquanto compradores oferecem até R$ 1.500/t para trigo no spot, com entrega em julho e pagamento em agosto.

O cenário demonstra a complexidade regional da produção de trigo no Sul do Brasil, marcada por desafios climáticos, estratégicos e logísticos distintos em cada estado. As decisões dos produtores e os movimentos do mercado nos próximos meses serão determinantes para confirmar ou rever as projeções atuais.

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Texto publicado originalmente em Notícias
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