Nesta segunda-feira (23/09) o futuro da soja encerrou em forte alta de 2,69% na Bolsa de Chicago (CBOT).
Com isso os preços abandonam a sua região de resistência nos U$10,15 e sugerem mais altas.
Os preços bateram na região dos U$10,40. Caso consigam se manter acima desse ponto, abrirá espaço para buscar a região dos U$10,80/bu. Acredito que teremos uma briga intensa entre compradores e vendedores.
É interessante comentar que apesar de todas as altas registradas nas últimas cinco semanas, os preços ainda não recuperaram nem 38% do último movimento de baixa. O que eu quero dizer com isso é que estatisticamente há mais espaço para os preços subirem doque caírem.
O principal fator fundamentalista que vem mexendo com a soja é o clima no Brasil, que segue muito quente e com os mapas climáticos apontando chuvas para a região centro-oeste e MATOPIBA para a segunda quinzena de outubro.
Esse atraso preocupa e deve prolongar a janela de exportação dos EUA. Além disso, vemos um movimento de diminuição nas posições vendidas dos fundos.
Na semana passada eles diminuíram a sua posição vendida em 8.188 contratos, fazendo com que a sua posição vendida total passasse para 122.415 contratos.
Os fundos ainda têm muitos contratos para desmontar e isso deve dar sustentação aos preços. Além da soja, também tivemos alta para os futuros de óleo com alta de 1,23% e para o farelo com apreciação de 2,91%.
Na semana passada, os fundos compraram 2.710 contratos de farelo e aumentaram sua posição total para 39.758 contratos.
Essa posição dos fundos corrobora com o que temos visto na prática, que oferta de farelo na América do Sul é praticamente nula, redirecionando a demanda para os EUA.
Seguindo o rumo da soja, os futuros de milho encerraram em forte alta de 2,80%, cotado a U$4,13/bu.
Pela análise técnica, os futuros do milho ainda precisam se livrar a resistência na casa dos U$4,20 para que o mercado passe a acreditar em mais altas.
Caso isso aconteça, o milho na CBOT tem objetivo na região de U$5,80. Assim como os demais, o contrato de trigo teve forte alta de 2,46%, o motivador dessa alta é muito parecido com o da soja.
Questões climáticas na Rússia, onde regiões produtoras estão passando por um momento de estiagem, e a falta de recursos hídricos pode ser um grande problema para a próxima safra de trigo de inverno.
Outro fator fundamentalista que corroborou para esta alta foi a revisão para baixo, na produção de trigo na União Europeia.
Na B3 o contrato de milho novembro registra no momento uma alta de 0,38%, cotado a R$68,08/sc. Caso encerre o pregão neste valor, esse será o maior fechamento desde 10 de janeiro deste ano.
A alta dos preços hoje pode ser atribuída a alta da CBOT, alta do Dólar ante o Real e claro, o clima sem previsões de chuvas mais próximas.
Lembrando que um atraso mais severo no plantio da soja tem grandes impactos no milho em termos de produtividade e para o sul, maior risco de geada.
Bolsas encerraram em alta na Ásia, o índice japonês -NIKKEI 225- foi o líder das altas e encerrou com ganhos de 1,67%.
Na Europa tivemos leve alta para as bolsas e com o maior ganho diário foi a bolsa alemã com 0,63% de alta.
Nos EUA os movimentos foram mais tímidos e no momento tanto o S&P 500 quanto a NASDAQ acumulam uma alta de 0,20%.
Já no Brasil nosso índice opera em queda de 0,47%, novamente o risco fiscal assombra o mercado.