Plantio direto e terraços elevam produtividade de grãos no Paraná
Pesquisa da UEPG aponta redução de até 85% nos danos por enxurradas e ganhos consistentes no rendimento das lavouras
Por: Redação RuralNews
Além disso, o trabalho contou com apoio do Sistema FAEP e do NAPI Prosolo. A professora Neyde Fabíola Balarezo Giarola, do Departamento de Ciências do Solo e Engenharia Agrícola da UEPG, coordenou a pesquisa. Ao longo de três anos, a equipe monitorou lavouras de milho, soja e trigo em Ponta Grossa, comparando áreas com e sem terraços.
VEJA TAMBÉM:
Nesse contexto, os terraços ocuparam entre 2% e 3% da área cultivada. Ainda assim, durante os períodos de estiagem registrados em 2019, 2020 e 2021, as áreas que adotaram a técnica apresentaram desempenho produtivo superior. Em contrapartida, os terrenos sem proteção do solo registraram perdas mais expressivas.
No milho, por exemplo, a produtividade aumentou 12%. As lavouras passaram de 6.950 quilos por hectare, sem as técnicas conservacionistas, para 7,8 mil quilos por hectare com plantio direto e terraços. Da mesma forma, a soja apresentou ganho de 10%, ao avançar de 2.910 quilos para 3.210 quilos por hectare.
Já no trigo, os resultados foram ainda mais expressivos. A produtividade cresceu 15%, subindo de 2.960 quilos para 3.420 quilos por hectare. Para a professora Neyde, esses números evidenciam o papel decisivo da ciência no avanço da agropecuária paranaense.
Segundo a pesquisadora, nos últimos 30 anos, a produtividade agrícola do Paraná cresceu cerca de 300%. Esse avanço ocorreu, principalmente, graças ao investimento contínuo em pesquisa, uma vez que o estado ampliou pouco sua área agrícola no período.
Na avaliação do presidente interino do Sistema FAEP, Ágide Eduardo Meneguette, o protagonismo do Paraná no desenvolvimento sustentável resulta diretamente do trabalho das entidades de pesquisa e das universidades. Inclusive, esse conjunto de ações ganhou destaque internacional durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, realizada em Belém.
Além disso, Meneguette destaca que a agropecuária tem como missão proteger os recursos naturais que sustentam a produção. Por isso, o produtor rural adota práticas como agricultura de baixo carbono, uso racional de insumos e combustíveis mais sustentáveis. Dessa forma, o setor alia produtividade e preservação ambiental.
Essa visão também encontra respaldo na pesquisa acadêmica. Conforme explica a professora Neyde, o produtor rural analisa todo o sistema produtivo. Ele não observa apenas o rendimento da colheita, mas também a conservação do solo e da água, fatores essenciais para a sustentabilidade econômica e social.
De acordo com a pesquisadora, algumas práticas são fundamentais para preservar o solo e garantir bons resultados. Antes do plantio, o produtor deve avaliar as condições físicas e químicas do solo, identificando sua capacidade de reter nutrientes. Em seguida, precisa corrigir camadas compactadas, comuns após o uso intenso de máquinas agrícolas.
Além disso, a rotação de culturas desempenha papel estratégico. Quando o produtor alterna espécies, ele melhora a estrutura do solo, favorece a formação de poros e amplia a retenção de nutrientes. Como resultado, aumenta a presença de biomassa e carbono, o que contribui para a redução das emissões de gases de efeito estufa.
Por fim, o uso racional de defensivos agrícolas e a adoção de técnicas de cobertura do solo após a colheita completam o manejo conservacionista. Assim, o agricultor reduz custos de produção, eleva a produtividade e fortalece a sustentabilidade das lavouras.
TAGS:
Texto publicado originalmente em Destaques
Nesse contexto, os terraços ocuparam entre 2% e 3% da área cultivada. Ainda assim, durante os períodos de estiagem registrados em 2019, 2020 e 2021, as áreas que adotaram a técnica apresentaram desempenho produtivo superior. Em contrapartida, os terrenos sem proteção do solo registraram perdas mais expressivas.
Foto: Sistema FAEP / Divulgação
Ganhos de produtividade nas principais culturas
No milho, por exemplo, a produtividade aumentou 12%. As lavouras passaram de 6.950 quilos por hectare, sem as técnicas conservacionistas, para 7,8 mil quilos por hectare com plantio direto e terraços. Da mesma forma, a soja apresentou ganho de 10%, ao avançar de 2.910 quilos para 3.210 quilos por hectare.
Já no trigo, os resultados foram ainda mais expressivos. A produtividade cresceu 15%, subindo de 2.960 quilos para 3.420 quilos por hectare. Para a professora Neyde, esses números evidenciam o papel decisivo da ciência no avanço da agropecuária paranaense.
Segundo a pesquisadora, nos últimos 30 anos, a produtividade agrícola do Paraná cresceu cerca de 300%. Esse avanço ocorreu, principalmente, graças ao investimento contínuo em pesquisa, uma vez que o estado ampliou pouco sua área agrícola no período.
Sustentabilidade como base do crescimento do agro
Na avaliação do presidente interino do Sistema FAEP, Ágide Eduardo Meneguette, o protagonismo do Paraná no desenvolvimento sustentável resulta diretamente do trabalho das entidades de pesquisa e das universidades. Inclusive, esse conjunto de ações ganhou destaque internacional durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, realizada em Belém.
Além disso, Meneguette destaca que a agropecuária tem como missão proteger os recursos naturais que sustentam a produção. Por isso, o produtor rural adota práticas como agricultura de baixo carbono, uso racional de insumos e combustíveis mais sustentáveis. Dessa forma, o setor alia produtividade e preservação ambiental.
Essa visão também encontra respaldo na pesquisa acadêmica. Conforme explica a professora Neyde, o produtor rural analisa todo o sistema produtivo. Ele não observa apenas o rendimento da colheita, mas também a conservação do solo e da água, fatores essenciais para a sustentabilidade econômica e social.
Orientações para preservar o solo e manter a produtividade
De acordo com a pesquisadora, algumas práticas são fundamentais para preservar o solo e garantir bons resultados. Antes do plantio, o produtor deve avaliar as condições físicas e químicas do solo, identificando sua capacidade de reter nutrientes. Em seguida, precisa corrigir camadas compactadas, comuns após o uso intenso de máquinas agrícolas.
Além disso, a rotação de culturas desempenha papel estratégico. Quando o produtor alterna espécies, ele melhora a estrutura do solo, favorece a formação de poros e amplia a retenção de nutrientes. Como resultado, aumenta a presença de biomassa e carbono, o que contribui para a redução das emissões de gases de efeito estufa.
Por fim, o uso racional de defensivos agrícolas e a adoção de técnicas de cobertura do solo após a colheita completam o manejo conservacionista. Assim, o agricultor reduz custos de produção, eleva a produtividade e fortalece a sustentabilidade das lavouras.
TAGS:
Plantio direto - Terraços - Produtividade
- Grãos
- Sistema FAEP -
Texto publicado originalmente em Destaques
Leia também: