O papel dos híbridos de silagem no incremento da produtividade da pecuária
*Egon Horst
A seleção do híbrido é, em muitos aspectos, a decisão inicial mais crítica, pois define o teto produtivo e a qualidade nutricional da forragem. Um híbrido deve ser adaptado à sua região e precisa, invariavelmente, entregar volume, boa concentração de amido e alta digestibilidade da fibra (DFDN). A genética do híbrido escolhido é o alicerce que permite a resposta a todos os demais investimentos em nutrição e manejo; sem um material com potencial de resposta, o investimento total pode ter sua produtividade travada. Além disso, indicadores como a concentração de FDN indigestível e a digestibilidade tanto do FDN quanto do amido são parâmetros essenciais para avaliar o potencial de um material.
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Vale ressaltar que o máximo potencial do híbrido é plenamente atingido mediante um manejo agronômico rigoroso e de alto investimento. A lavoura de milho para silagem, visando alta exige um investimento significativo em fertilidade. O nitrogênio, por exemplo, é crucial para a planta de milho, e sua deficiência está diretamente ligada a silagens de baixa proteína (abaixo de 6,5%), independentemente do híbrido. Tecnologias que fornecem nitrogênio de forma constante e uniforme ao longo de todo o ciclo da cultura são ferramentas valiosas, pois auxiliam a manter a planta com alta carga de nitrogênio, promovendo saúde vegetal e potencialmente a janela de colheita.
Adicionalmente, a sanidade da planta é um fator que se une diretamente à qualidade. A aplicação de fungicidas, em particular, demonstra ser uma prática indispensável, mesmo em híbridos com maior resistência, pois ajuda a planta a alocar energia na produção de grãos e massa vegetativa, em vez de gastá-la na defesa contra doenças. Estudos indicam que o uso de fungicidas não apenas pode aumentar a produtividade da silagem, mas também é crucial para preservar a digestibilidade da fibra e alongar a janela de colheita.
O momento e a forma da colheita representam os ajustes finais para maximizar o retorno do híbrido escolhido. O ponto de corte ideal busca um equilíbrio entre o teor de matéria seca (geralmente entre 32% e 38%) e a maturidade do grão. Focar apenas no teor de matéria seca pode ser enganoso, visto que fatores de manejo (como o uso de fungicidas e adubação) podem manter potencializar o stay green da planta.
Por fim, o processamento dos grãos é inegociável. Grãos que não são bem quebrados terão baixíssima digestibilidade ruminal, pois as bactérias ruminais não são tão eficientes em anexar-se à casca do grão (pericarpo) para iniciar a digestão. Embora o tempo de fermentação no silo aumente a digestibilidade do amido, isso é um bônus; a fermentação não corrige o problema de um grão mal processado ou excessivamente maduro.
Em síntese, o desempenho do rebanho é um reflexo direto da qualidade da forragem ofertada, e a silagem de milho é um sistema complexo e multifatorial. A maximização do lucro advindo da alimentação animal depende de uma cadeia de decisões: começando pela escolha de um híbrido de alta performance, passando por um manejo agronômico de ponta (especialmente nutrição e sanidade), e culminando com a colheita no ponto ideal e um processamento de grãos eficiente. A falha em qualquer uma dessas etapas pode comprometer o potencial da excelente genética escolhida, sublinhando que o sucesso exige a excelência em todo o ciclo produtivo.
*Egon Horst é Field Brand Leader da Brevant Sementes - Sul
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Texto publicado originalmente em Notícias
Vale ressaltar que o máximo potencial do híbrido é plenamente atingido mediante um manejo agronômico rigoroso e de alto investimento. A lavoura de milho para silagem, visando alta exige um investimento significativo em fertilidade. O nitrogênio, por exemplo, é crucial para a planta de milho, e sua deficiência está diretamente ligada a silagens de baixa proteína (abaixo de 6,5%), independentemente do híbrido. Tecnologias que fornecem nitrogênio de forma constante e uniforme ao longo de todo o ciclo da cultura são ferramentas valiosas, pois auxiliam a manter a planta com alta carga de nitrogênio, promovendo saúde vegetal e potencialmente a janela de colheita.
Adicionalmente, a sanidade da planta é um fator que se une diretamente à qualidade. A aplicação de fungicidas, em particular, demonstra ser uma prática indispensável, mesmo em híbridos com maior resistência, pois ajuda a planta a alocar energia na produção de grãos e massa vegetativa, em vez de gastá-la na defesa contra doenças. Estudos indicam que o uso de fungicidas não apenas pode aumentar a produtividade da silagem, mas também é crucial para preservar a digestibilidade da fibra e alongar a janela de colheita.
O momento e a forma da colheita representam os ajustes finais para maximizar o retorno do híbrido escolhido. O ponto de corte ideal busca um equilíbrio entre o teor de matéria seca (geralmente entre 32% e 38%) e a maturidade do grão. Focar apenas no teor de matéria seca pode ser enganoso, visto que fatores de manejo (como o uso de fungicidas e adubação) podem manter potencializar o stay green da planta.
Por fim, o processamento dos grãos é inegociável. Grãos que não são bem quebrados terão baixíssima digestibilidade ruminal, pois as bactérias ruminais não são tão eficientes em anexar-se à casca do grão (pericarpo) para iniciar a digestão. Embora o tempo de fermentação no silo aumente a digestibilidade do amido, isso é um bônus; a fermentação não corrige o problema de um grão mal processado ou excessivamente maduro.
Em síntese, o desempenho do rebanho é um reflexo direto da qualidade da forragem ofertada, e a silagem de milho é um sistema complexo e multifatorial. A maximização do lucro advindo da alimentação animal depende de uma cadeia de decisões: começando pela escolha de um híbrido de alta performance, passando por um manejo agronômico de ponta (especialmente nutrição e sanidade), e culminando com a colheita no ponto ideal e um processamento de grãos eficiente. A falha em qualquer uma dessas etapas pode comprometer o potencial da excelente genética escolhida, sublinhando que o sucesso exige a excelência em todo o ciclo produtivo.
*Egon Horst é Field Brand Leader da Brevant Sementes - Sul
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