A pandemia está colocando a economia global na "corda bamba" e muito países estão enfrentando o perigo de uma recessão. A crise exige mudanças rápidas e poucas empresas poderão suportar esse novo cenário sem uma reestruturação profunda. Agilidade, escalabilidade e automação serão algumas das palavras-chave nessa nova era de negócios, e as empresas que conseguirem reunir esses recursos serão as vencedoras.
Confrontadas com a maior crise sanitária e econômica da história recente, líderes de negócios foram obrigados a tomar medidas extraordinárias para proteger seus colaboradores e manter a continuidade dos negócios. Enquanto alguns lutavam para manter as operações funcionando por conta da falta de funcionários ou de insumos, outros precisavam reestruturar suas operações para acompanhar o repentino aumento na demanda, como no caso de suprimentos médicos.
Acelerando a transformação digital
Muitos especialistas, de modo a avaliarem melhor a situação, estão dividindo o cenário em duas ondas. A primeira está associada a questões de saúde e, a segunda, a questões econômicas, com movimentos que tanto têm levado ao prejuízo ou lucro em setores variados e, também, a um processo de aceleração na adoção das tecnologias que marcam a Indústria 4.0. Em entrevista à Forbes, Satya Nadella, CEO da Microsoft, disse que "vimos dois anos de transformação digital em dois meses".
Diante de uma realidade onde tudo está distante, seja na vida pessoal ou na profissional, as tecnologias que impulsionaram a Indústria 4.0 estão "reaproximando" as pessoas e mantendo a continuidade dos negócios.
Repensando os modelos
Se antes guerras e mudanças políticas aceleraram as revoluções industriais, essa é a primeira vez que uma pandemia faz com que as indústrias invistam em tecnologias disruptivas para manter o fluxo de produção. É hora de reavaliar e repensar os modos de consumo, fornecimento, interação e produtividade.
Todas as empresas estão sendo obrigadas a se adaptarem a uma nova realidade, e as tecnologias da Indústria 4.0 são parte integrante não apenas de como sobreviveremos à pandemia, mas também de como existiremos em um mundo pós-pandemia.
Em busca de mais produtividade
Melhorar a produtividade é uma das grandes metas da indústria, independentemente da sua vertical e as cadeias de suprimentos precisam agora se reconfigurar em tempo real. A combinação de recursos escaláveis e ágeis definirá o sucesso no curto e médio prazo das empresas de todos os portes, permitindo que a produção seja dimensionada conforme a demanda, com análises que avaliam a necessidade de um determinado produto e a disponibilidade de matéria-prima para sua fabricação, entre outras.
Uma das áreas que vem sendo altamente impulsionada pela Indústria 4.0 e cuja otimização será fundamental para manter a competitividade no cenário pós-pandemia é a de gestão de ativos. Cada vez mais a manutenção deverá estar baseada em plataformas inteligentes e integradas, analisando todas as informações sobre desempenho e confiabilidade enviadas por sensores para reduzir falhas, ações desnecessárias e paradas inesperadas.
Mais flexibilidade e visibilidade
As indústrias estão se tornando cada vez mais flexíveis com a adoção de inovadoras tecnologias, que entregam mais visibilidade e rastreabilidade de processos operacionais e produtivos. Essas tecnologias reduzem a necessidade de intervenção manual, e os riscos de contaminação.
Como a pandemia ainda é uma realidade, e não sabemos quando irá terminar, podemos dizer que a adoção das tecnologias da Indústria 4.0 também não tem prazo para ser concluída. Se a pandemia nos ensinou algo, certamente é como tudo pode mudar em apenas um ano. E se em 2020, o impulso na jornada rumo à Indústria 4.0 foi tão forte, não é difícil imaginar como será em 2021.
Segundo o documento "Propostas para a retomada do crescimento Econômico", elaborado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) adotar a inovação como forma de modernizar processos e produtos, é fundamental para alavancar o crescimento da economia. Especialistas da Confederação indicam que, para se conectar à Indústria 4.0, o Brasil deve aumentar os investimentos em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias.
Com certeza sairemos desse período mais fortes e mais conectados como uma sociedade global, reavaliando continuamente a nossa capacidade de responder ao inesperado, incorporando novas tecnologias. É esperar, e investir, para ver.